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Relator afirma que tentará substituir recursos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Jorge Bittar
(PT-RJ), relator da proposta de
Orçamento em tramitação no
Congresso, afirmou ontem que
vai se empenhar em aumentar os
recursos previstos para a área de
saúde no ano que vem.
"Farei um grande esforço para
substituir os recursos do Fundo
da Pobreza alocados na área da
saúde", afirmou Bittar.
Entidades e políticos ligados à
saúde argumentam que o Planalto usou de um artifício para descumprir determinação constitucional de aplicação mínima de recursos no setor, o que abriu uma
crise na tramitação da proposta.
O centro da polêmica é a inclusão de R$ 3,5 bilhões de gastos referentes a programas de saneamento e de combate à pobreza
(Fundo da Pobreza) no orçamento da Saúde. O governo argumenta que os programas representam
gasto com saúde preventiva.
A emenda constitucional 29 determina que os recursos da saúde
sejam corrigidos todo ano de
acordo com a variação nominal
do PIB (Produto Interno Bruto).
Bittar apontou três caminhos
para se chegar aos R$ 3,5 bilhões a
mais para a área.
O primeiro seria o direcionamento das emendas a que os parlamentares têm direito para o setor. O Orçamento 2004 reserva R$
2,5 bilhões para todas as emendas. O segundo caminho é fazer
uma reavaliação da previsão de
receitas. O último caminho seria
cortar gastos de outros setores do
governo. O relator afirmou, entretanto, que a área social não sofrerá cortes.
O presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), disse
que o melhor caminho é a reavaliação da arrecadação prevista.
Deputados da frente se encontraram ontem com o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, e disseram, na saída, que ele
vai acionar judicialmente o governo caso o orçamento do setor não
seja alterado. Hoje eles farão uma
manifestação no Salão Verde da
Câmara, onde deputados vestirão
aventais cirúrgicos.
(RANIER BRAGON)
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