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No STF, ministro condena o remanejamento
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Saúde, Humberto
Costa, em manifestação encaminhada ao STF (Supremo Tribunal
Federal), condena a contabilização de programas sociais como
gastos em saúde, manobra defendida pelas áreas econômica e de
planejamento e pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento, que chegou ao
STF no dia 14 de outubro, revela o
descompasso entre o ministério e
as demais áreas. O "núcleo duro"
-Fazenda e Casa Civil- defende que R$ 3,5 bilhões que a saúde
pretendia gastar em ações e serviços no próximo ano beneficiem o
Bolsa-Família, principal programa social do governo Lula.
O ministro tem evitado comentar publicamente a polêmica do
Orçamento. Nos bastidores, além
dos argumentos técnicos, destaca
o possível desgaste político, caso o
Orçamento não seja modificado.
A manifestação de Costa encaminhada ao STF ocorre em uma
Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), proposta pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. A governadora Rosinha Matheus (PMDB) quer derrubar a resolução 322 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de maio deste
ano, que determina o que pode
ser considerado gasto em saúde.
O objetivo da governadora é garantir manobra igual à defendida
por Lula: a inclusão de programas
sociais no gasto mínimo da saúde.
A resolução 322 é utilizada pelo
Ministério da Saúde como parâmetro na avaliação do cumprimento da emenda constitucional
29, que, em 2000, vinculou recursos à saúde. O Rio, segundo a pasta, foi um dos que não aplicaram o
devido em saúde em 2002, o que
poderá gerar problemas. O procurador-geral do Estado, Sérgio
Luiz Barbosa Neves, diz na ação
que há previsão, na Constituição,
de lei complementar para regulamentar a emenda. E que a resolução 322 não teria validade.
Na manifestação ao STF, feita
por meio da Advocacia Geral da
União, Corrêa destaca que a resolução só consolidou normas existentes antes da emenda, que têm
força de lei complementar.
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