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Entidades condenam a
ação ambiental de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo de 500 ONGs (Organizações Não-Governamentais)
divulgou anteontem uma carta
aberta endereçada ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em que
condenam a política ambiental do
atual governo. Segundo as entidades, caso o rumo não seja alterado, a imagem de Lula sofrerá desgaste internacional.
"Queremos expressar, em caráter de absoluta urgência, o inconformismo da sociedade civil organizada quanto às sucessivas decisões (...) que contradizem o programa de governo, fragilizam as
políticas socioambientais (...),
provocando a erosão da imagem
e da credibilidade do governo
junto à opinião pública, dentro e
fora do país", diz o texto.
Ontem, a ministra Marina Silva
(Meio Ambiente) não quis comentar as críticas.
No texto, os ambientalistas citam, entre outros problemas, a
expansão da fronteira agrícola, as
obras de infra-estrutura na Amazônia previstas no PPA (Plano
Plurianual), a liberação do plantio
de soja transgênica e ameaças às
terras indígenas.
Segundo Mario Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata
Atlântica, uma das entidades signatárias, a política ambiental do
governo é fruto de "maldade",
pois o PT acompanha o tema há
vários anos e já conhece os "falsos
dilemas" da questão. "Por exemplo: ou a soja ou a biotecnologia.
Ninguém é contra a biotecnologia, somos contra o lobby da
Monsanto", disse, citando a multinacional que detém boa parte do
mercado de soja transgênica.
A baixa resistência a pressões
seria o maior problema do governo, avalia Mantovani. Por temerem a imagem de rompedor de
contratos, os petistas acabariam
aceitando pressões sem amparo
no passado do partido.
Já o bloqueio de recursos, que
deixaria a pasta "a pão e água", é,
para Mantovani, criminoso.
A equipe de Lula tem sido criticada desde o início do ano, quando autorizou a importação de
pneus usados do Mercosul.
Para o deputado Fernando Gabeira, que divulgou o texto em sua
página na internet ontem, "a carta
veio num bom momento".
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