CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o aval do presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), 17 presidentes de zonais do PMDB manifestaram ontem apoio à candidatura de José Serra à prefeitura. O gesto é apontado como mais um indicativo de que, nos próximos dias, Temer vai declarar seu voto em Serra.
Ontem, Temer contou que, procurado pelos presidentes de diretórios zonais, não impôs qualquer obstáculo à manifestação pró-Serra. Lembrou que estão liberados para aderir à candidatura.
Ao responder se houve resistências em Brasília, Temer afirmou que a decisão local será respeitada. Segundo tucanos, o ato é mais um degrau para o anúncio de Temer: amparado pelo partido, ele se sentiria mais à vontade para expor sua decisão. "Vamos conversando", desconversou ele.
Ainda de acordo com tucanos, o próprio Temer teria ajudado a articular o evento. Prova disso seria a atuação do presidente da zonal de Emerlino Matarazzo, Pedro Petrere. Ex-assessor de Temer, Petrere organizou o ato. Além dele, outros 16 presidentes de zonais estiveram lá. Mas, segundo seus cálculos, os presidentes de 26 das 41 zonais estão ao lado de Serra.
Apesar das ligações com Temer, Petrere nega que seja o porta-voz dele. "Temos liberdade."
Ontem, durante o ato de apoio, Petrere expôs a principal reivindicação do partido: de que a participação no governo seja negociada "a nível de partido, para reforçar o pluripartidarismo, e não com quatro vereadores".
Petrere defende uma aliança partidária. A declaração de apoio de parte do PMDB poderá esgarçar ainda mais a relação do partido com o governo federal. Anteontem, os peemedebistas trabalharam contra o governo no Congresso, abalando o ministro Eunício Oliveira (Comunicações).
Em São Paulo, no entanto, um aliado de Marta Suplicy (PT) minimizou o evento. Disse que as zonais foram dissolvidas pelo presidente do partido, Orestes Quércia, e que o número de presentes (cerca de 50) é insignificante.


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