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JUDICIÁRIO
Dirigentes de tribunais dizem que vão cumprir a resolução do Conselho Nacional de Justiça no prazo de 90 dias
TJs afirmam que vão eliminar nepotismo
DA AGÊNCIA FOLHA
Dirigentes dos Tribunais de
Justiça ouvidos pela Folha afirmam que irão cumprir a resolução do CNJ (Conselho Nacional
de Justiça) que proíbe o nepotismo em tribunais dentro do prazo
estipulado -90 dias. A maioria,
porém, diz ignorar a quantidade
de parentes empregados.
No dia 18, o CNJ aprovou a Resolução 7, que determina que os
tribunais de todo o país demitam
os parentes de juízes contratados
para cargos de confiança, sem serem concursados. A proibição
atinge cônjuge, companheiro e
parentes até terceiro grau, o que
inclui filhos, netos, pais e irmãos.
No TJ de Goiás, o presidente, Jamil Pereira de Macedo, disse que
encaminhará dois ofícios aos juízes -um com a cópia da resolução e outro pedindo informações
sobre as contratações de parentes
e grau de parentesco. Ele espera
montar um cadastro dentro de 15
dias. Depois disso, Macedo disse
que "as denúncias de nepotismo
serão analisadas caso a caso". Ele
afirmou que não há como saber o
grau de parentesco dos não-concursados antes do levantamento.
Macedo declarou não que vê o
nepotismo como um mal em si,
pois muitos desses parentes são
"pessoas dedicadas e trabalhadoras": "Nepotismo é uma questão
cultural no país, não de corrupção. Agora, o mau uso dessas
prerrogativas realmente gera abusos." Macedo disse que, como
presidente, nunca nomeou nenhum parente. Um filha trabalha
com ele, mas é concursada e não
foi promovida em sua gestão.
Ao comentar a decisão do CNJ,
o presidente do TJ da Bahia, Gilberto Caribé, disse que a medida
deveria se estender, "por via própria, aos demais poderes constituídos do Estado, a fim de atender
a princípios de impessoalidade e
de moralidade, contemplados na
Constituição". Para o desembargador, a recomendação do CNJ "é
um pleito antigo de parte de diversos segmentos da sociedade".
O presidente do TJ de Pernambuco, José Antonio Macêdo Malta, informou, através de sua assessoria, que iniciou levantamento
dos parentes dos juízes contratados sem concurso. Malta, que está
numa missão na China, disse que
todos os funcionários que estiverem irregulares serão exonerados.
O presidente do TJ no Espírito
Santo, Adauto Dias Tristão, disse
que não comentaria a decisão,
mas afirmou que está sendo preparado um levantamento para indicar a quantidade de parentes
em cargos de confiança e que fará
cumprir a resolução no prazo estipulado.
(EDUARDO DE OLIVEIRA, ADRIANA CHAVES E LUIZ FRANCISCO)
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