São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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Saída de Lessa inviabiliza texto de consenso

DA REPORTAGEM LOCAL

A alta da taxa básica de juros e a demissão do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, na semana passada, tiveram impacto no texto final do Diretório Nacional do PT, cujo encontro terminou ontem, em São Paulo.
O presidente do partido, José Genoino, afirmou que desde a reunião da Executiva, há 15 dias, a intenção dos dirigentes era fazer um texto de consenso. Para isso, havia um diálogo entre integrantes do Campo Majoritário (alinhados ao governo) e correntes mais à esquerda do partido, como a Articulação de Esquerda e a Democracia Socialista.
Porém, segundo Genoino, na sexta-feira integrantes dessas duas correntes informaram que "não se sentiam à vontade" para subscrever um documento com o Campo Majoritário por causa da demissão de Lessa e do aumento da taxa de juros.
Por causa disso, as correntes à esquerda apresentaram uma tese na qual defendiam "mudanças imediatas na política geral do PT e do governo federal, com destaque para a política econômica".
Esses integrantes reivindicavam, ainda, "um partido vivo, vinculado aos anseios dos trabalhadores, e não um partido estatal, instrumento passivo do poder dominante, acoitado em máquinas administrativas, com sua lógica continuísta". Essa tese foi derrotada por 34 votos a 21. A corrente O Trabalho apresentou uma tese, que teve apenas um voto.
A senadora Ideli Salvatti (SC), líder do partido no Senado, avaliou que os documentos apresentados durante a reunião "não refletiram o clima do encontro, que era de altíssimo nível e tinha a preocupação de encontrar um ponto de equilíbrio do que tornar público".
A senadora criticou o "vazamento" de informações para a imprensa. "Temos tido no PT uma situação que se repete à exaustão, que é o vazamento [de informações]." Para Salvatti, "é de bom tom não vazar, até por questão estratégica; precisamos ter mais reserva para não criar situações inadministráveis". (CG)


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