|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PT defende reajuste de 30% a deputados
Aumento, que será fixado pela Mesa da Câmara, teria um impacto anual de cerca de R$ 30 milhões no orçamento da Casa
PSB, PC do B e PRB estudam criar bloco parlamentar na Câmara para viabilizar a recondução de Aldo Rebelo para a presidência da Casa
FÁBIO ZANINI
LETICIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De olho na presidência da
Câmara, o PT defenderá um aumento da ordem de 30% para
os deputados a partir de 2007,
suficiente para repor a inflação
dos últimos quatro anos.
Isso deve ter um impacto
anual de cerca de R$ 30 milhões no orçamento da Câmara. No último reajuste, em
2002, o salário dos deputados
foi elevado para R$ 12.847,00.
Com o aumento proposto ontem pelo líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), ele
subiria para cerca de R$ 16.700.
A proposta do PT é um meio-termo entre não dar aumento e
fazer a equiparação com os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, antigo
sonho do "baixo clero". Isso
quase dobraria os salários, levando-os para R$ 24.500.
Para Fontana, o reajuste deve ocorrer "dentro da razoabilidade": "Somos contra a equiparação com o Supremo, mas deve haver uma reposição justa.
Não podemos ser hipócritas". A
avaliação da base do governo é
de que é impossível um reajuste real muito grande no momento em que Lula quer conter
despesas com o salário mínimo.
Com seus 81 deputados, o PT
tem grande poder de influência
sobre a Mesa Diretora, que é
quem vai decidir o assunto,
provavelmente no final do ano.
A assessoria técnica da Câmara prepara vários cenários
para absorver o impacto causado pelo reajuste. A ordem do
presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), é tentar compensar o desgaste com cortes
em outras áreas. O orçamento
da Câmara é de R$ 3,3 bilhões
em 2007, e a avaliação é de que
poderia suportar um reajuste
salarial para os parlamentares.
Uma hipótese sugerida por
algumas lideranças é compensar o aumento salarial com a redução da chamada "verba indenizatória", no valor mensal de
R$ 15 mil, usada pelos deputados para manter a estrutura de
seus escritórios nos Estados.
Na prática, parte da verba seria
incorporada ao salário, com
custo zero para a Câmara. Mas
o PT é contra. "A separação entre o que é salário e o que é verba de estrutura é educativa para a população", disse Fontana.
Interessado em se manter no
cargo de presidente da Câmara,
Aldo tenta se equilibrar entre
as diversas idéias. Ontem ele
admitiu indiretamente que poderá haver aumento neste ano.
"Quando chegar o momento,
esse assunto vai ser discutido.
Não há nenhuma restrição a se
dar aumento a deputado esse
ano ou no próximo ano", disse.
Eleição
Três partidos que apóiam
Lula isolaram o PT e decidiram
bancar a candidatura de Aldo
para presidente da Câmara
com a formação de um bloco
parlamentar. É uma reação à
intenção dos petistas de lançarem o líder do governo, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), ao posto. O
PC do B já tem como certo o
apoio do PSB. Os dois partidos
estão em conversas adiantadas
para compor o bloco, que uniria
suas bancadas na Câmara e teria 40 deputados. A manobra
poderia enfraquecer o argumento de que Aldo pertence a
uma sigla que não cumpriu a
cláusula de barreira de 5%, e
por isso não poderia ocupar o
cargo de presidente. O plano é
formalizar o bloco antes da diplomação dos eleitos.
Texto Anterior: Senador do PFL pede a abertura da CPI das ONGs Próximo Texto: Elio Gaspari: Lula dedica-se ao vídeo-governo Índice
|