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GOVERNO
Para Carlos de Almeida Baptista, é preciso definir se a sociedade considera a Força indispensável
Novo chefe cobra verba para Força Aérea
da Sucursal de Brasília
Em sua posse ontem no Comando da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida
Baptista, 67, cobrou recursos orçamentários para reequipar a
Força e admitiu que há conflitos
entre a Aeronáutica e o governo
federal.
"Conseguir recursos é a minha
meta principal. Não sei como será. Eu compreendo a dificuldade
que possa ter o presidente, o ministro (Pedro) Malan (Fazenda) e
os responsáveis por essa área de
Orçamento. Eu não sei como é.
Sei que precisa haver (recursos)",
disse Baptista, em entrevista logo
após sua posse.
"Temos de resolver se queremos ter uma Força Aérea, ou se
ela é dispensável. A sociedade
brasileira deseja ter uma Força
Aérea adequada ao país ou não?"
A reivindicação por recursos
ajudou no desgaste do ex-comandante Walter Bräuer com o Ministério da Defesa e com o Palácio
do Planalto.
Sobre outros temas polêmicos,
como privatização de aeroportos
e aumento da participação do capital estrangeiro na Embraer, o
novo comandante afirmou que
precisa saber "os tipos de conflitos que existem entre a Aeronáutica e o governo".
Baptista disse que se reuniria
ontem mesmo com o Alto Comando da Aeronáutica e com o
ministro Elcio Alvares (Defesa)
para discutir os assuntos.
No discurso de posse, ele afirmou que vai promover a "harmonização dos objetivos aeronáuticos com os objetivos governamentais".
"Minha função é operacional. O
ministro (militar) tinha direito a
emitir opinião política. Hoje, existe um ministro da Defesa, que é
político."
Ele defendeu que o governo
aprove o plano de reaparelhamento da Aeronáutica, que prevê
compra de aviões e investimentos
de US$ 2,2 bilhões em 12 anos.
Carlos Baptista defendeu a privatização dos aeroportos com
"segurança e tranquilidade" e
afirmou que compartilha da
preocupação dos militares contrários à medida.
"Mas eu sabia que um dia a gente teria de passar a aviação civil
para um órgão estruturado", disse o comandante.
Baptista afirmou que não cabe a
ele analisar as críticas do discurso
de seu antecessor ontem. "Quem
tem de interpretar as críticas são
as autoridades talvez atingidas."
Segundo Baptista, "todos têm
de respeitar a dor de um homem,
que se viu substituído traumaticamente". Segundo ele, a Aeronáutica está "sentida".
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