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JANIO DE FREITAS
Papai Noel na CPI
O relatório preliminar
apresentado pelo deputado Osmar Serraglio, em nome
da CPI dos Correios, é mais do
que um trabalho competente e
sério. Embora ainda distante de
muitas das conclusões necessárias, aquelas que reúne arrasam, a um só tempo, o temor de
ineficácia da CPI, fosse ou não
por acordos mafiosos, e o que
restava das versões de Delúbio,
Valério, dos responsáveis pela
publicidade oficial e da "defesa"
petista.
É suficiente pescar no noticiário de hoje duas conclusões já estabelecidas no relatório preliminar. Uma, relativa ao montante
do "valerioduto"; a outra, a suas
fontes parciais de recursos. Não
sobrevive dúvida alguma de uso
de dinheiro dos setores governamentais para alimentar os condutos do "valerioduto", pelos
quais passaram muito além dos
tais R$ 55 milhões de pretensos
empréstimos. A soma das liberações encontradas pela CPI vai
a mais de R$ 100 milhões operados por Marcos Valério. Sem ao
menos falsidades bancárias a
explicá-los, mas bem acompanhados pela "antecipação" de
verbas oficiais e pagamentos
sem os respectivos serviços, além
de outras fontes ainda sob investigação.
Entre os numerosos componentes da CPI, poucos preferiram, às suas exibições circenses,
trabalhar efetivamente nas investigações. Será mais seguro citá-los ao final dos trabalhos.
Mas desde logo fica reconhecida a sorte que entregou a condução da CPI dos Correios ao
senador Delcídio Amaral e ao
deputado Osmar Serraglio, presidente e relator.
Isentos na orientação, democráticos nas relações com o plenário e elevados na conduta
pessoal.
O relatório preliminar é um
bom presente de Natal da CPI
dos Correios à opinião pública.
Muy amigo
Não sei se por educação ou por
leviandade, o Rio proporcionou
a José Dirceu dias de hospedagem simpática e gentil, como se
dele houvesse recebido simpatia
e gentileza (já que nem vale a
pena falar de deveres).
Desconheço algum período
em que o Estado do Rio e a cidade do Rio fossem maltratados e
destratados pelo governo federal. Pois é a José Dirceu que está
atribuída a orientação desse
tratamento, como parte das táticas que formulou, na coordenação do governo, contra os adversários políticos Anthony Garotinho e Cesar Maia.
O Supremo Tribunal Federal,
por intermédio do ministro
Marco Aurélio Mello, obrigou
agora o BNDES a liberar R$ 70
milhões do financiamento para
a extensão do metrô carioca. Há
um ano o Rio lutava por sua
verba, e o BNDES tinha tanta
razão nas suas recusas que o
STF o derrotou. Mas só assim,
com a absurda necessidade de
recurso estadual ao Supremo.
Mesmo quando se trata de
verba para servir a bens federais, como a BR-101 -a rodovia
que liga Sul e Norte pela faixa litorânea- o governo não destina recursos nem à manutenção
mínima. A estrada, importantíssima para a economia nacional, está se acabando. E acabando, nas suas crateras e ruínas,
com inúmeros caminhões, ônibus e carros, sem que alguém ou
alguma entidade prejudicada
valha-se do direito de processar
os ministros dos Transportes e
da Fazenda e o presidente da
República. Senão por tantos
prejuízos com quebras e demoras, pelas ameaças à vida e pelas
mortes freqüentes.
Nas férias, faça o favor de não
viajar à noite pela BR-101, por
exemplo, para Búzios, Cabo
Frio ou Porto Seguro: é quase
absoluto o risco de problema
causado pela estrada.
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