São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Ao comentar declaração do presidente, tucano critica governo Lula e avalia que "para governo ruim, quatro anos é demais"

"Brasil está perdendo tempo", diz Alckmin

DA REPORTAGEM LOCAL

Disposto a conquistar o espaço do antiLula, hoje ocupado pelo prefeito José Serra, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, chamou o governo federal de ruim ao comentar a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que um mandato de quatro anos é pouco tempo.
Questionado, Alckmin foi irônico: "Depende, né? Para governo ruim, quatro anos é demais. É o povo que decide", reagiu o governador. "Governo ruim perde oportunidades, não resolve as coisas, vai empurrando para frente, não decide...", acrescentou.
Ao responder se considerava a administração Lula ruim, Alckmin afirmou: "Se formos analisar a confiança da população [retratada nas pesquisas], o povo está achando que é muito [quatro anos de governo Lula]". O tucano reiterou o argumento de que acha cedo para condenar a reeleição.
Alckmin também criticou a orientação de Lula para que os ministros comparem os números do seu governo com o do antecessor, Fernando Henrique. "É uma bobagem querer ficar discutindo governo que já passou. Por isso que o Brasil está perdendo tempo. Olhar para frente, olhar para o futuro. Esse é o caminho", disse Alckmin, após ter afirmado que, se for candidato, "o presidente FHC vai ser defendido". "Até porque", continuou, "tem muito mais acertos do que erros".
Alckmin, que mantém aparente tranqüilidade, se exasperou quando confrontado com a afirmação do ex-ministro José Dirceu de que ele seria mais palatável para o establishment do que Serra. Num primeiro momento, ele lembrou ter obtido 12 milhões de votos, incluídos trabalhadores, e disse que é "francamente favorável ao empreendedorismo". Diante da insistência dos jornalistas, foi enfático. "É ridículo isso... Não tenho que responder aos comentários do Zé Dirceu."
Apesar de usar o termo "chacoalhada", deixou claro que, se eleito, não optaria por mudanças bruscas. Em reunião com a equipe, Alckmin fez um balanço do ano e apresentou dados positivos da economia. A portas fechadas, cobrou mais empenho dos secretários para vencer barreiras na execução de projetos estratégicos.


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