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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Ao comentar declaração do presidente, tucano critica governo Lula e avalia que "para governo ruim, quatro anos é demais"
"Brasil está perdendo tempo", diz Alckmin
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a conquistar o espaço
do antiLula, hoje ocupado pelo
prefeito José Serra, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin,
chamou o governo federal de
ruim ao comentar a declaração do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que um mandato de quatro
anos é pouco tempo.
Questionado, Alckmin foi irônico: "Depende, né? Para governo
ruim, quatro anos é demais. É o
povo que decide", reagiu o governador. "Governo ruim perde
oportunidades, não resolve as
coisas, vai empurrando para frente, não decide...", acrescentou.
Ao responder se considerava a
administração Lula ruim, Alckmin afirmou: "Se formos analisar
a confiança da população [retratada nas pesquisas], o povo está
achando que é muito [quatro
anos de governo Lula]". O tucano
reiterou o argumento de que acha
cedo para condenar a reeleição.
Alckmin também criticou a
orientação de Lula para que os
ministros comparem os números
do seu governo com o do antecessor, Fernando Henrique. "É uma
bobagem querer ficar discutindo
governo que já passou. Por isso
que o Brasil está perdendo tempo.
Olhar para frente, olhar para o futuro. Esse é o caminho", disse
Alckmin, após ter afirmado que,
se for candidato, "o presidente
FHC vai ser defendido". "Até porque", continuou, "tem muito
mais acertos do que erros".
Alckmin, que mantém aparente
tranqüilidade, se exasperou
quando confrontado com a afirmação do ex-ministro José Dirceu
de que ele seria mais palatável para o establishment do que Serra.
Num primeiro momento, ele
lembrou ter obtido 12 milhões de
votos, incluídos trabalhadores, e
disse que é "francamente favorável ao empreendedorismo".
Diante da insistência dos jornalistas, foi enfático. "É ridículo isso...
Não tenho que responder aos comentários do Zé Dirceu."
Apesar de usar o termo "chacoalhada", deixou claro que, se
eleito, não optaria por mudanças
bruscas. Em reunião com a equipe, Alckmin fez um balanço do
ano e apresentou dados positivos
da economia. A portas fechadas,
cobrou mais empenho dos secretários para vencer barreiras na
execução de projetos estratégicos.
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