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Oposição altera Orçamento de Alckmin em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi derrotado
ontem em votação na Comissão de Finanças e Orçamento
da Assembléia Legislativa de
São Paulo, que aprovou relatório do deputado Edmir Chedid
(PFL) acatando mais de 2.500
emendas -com aumento de
R$ 1 bilhão do total de gastos
previstos para o Orçamento de
2006, inicialmente definido em
R$ 80,7 bilhões.
Os tucanos acusam a oposição de ter elevado os gastos
sem previsão orçamentária clara e de terem acrescentado
emendas que atendem a projetos locais dos parlamentares
com interesses eleitoreiros. Ao
dizer que o relatório não é realista, deputados governistas
afirmam que o ônus de não
cumprir as emendas ou ter que
vetá-las ficaria para Alckmin,
prejudicando-o politicamente
num ano eleitoral.
A oposição afirma que o governo terá dinheiro para cumprir o Orçamento proposto por
Chedid, já que tem conseguido,
nos últimos anos, ampliar a receita real acima do previsto.
Com esse "colchão", o governo
pode gastar mais livremente,
independente do Orçamento
aprovado. De acordo com os
oposicionistas, é isso que Alckmin não quer perder em ano
eleitoral.
O PSDB apresentou voto em
separado na comissão, que foi
derrotado por cinco votos a
quatro. Votaram favoravelmente à proposta de Chedid,
além do próprio PFL, os representantes de PT e PMDB. Pela
proposta alternativa votaram
PSDB, PPS, PTB e PL.
O relatório aprovado segue
para o plenário, sem data prevista de votação. "Espero que
seja corrigido no plenário. Isso
é uma total irresponsabilidade.
Esse recurso não existe", disse
Alckmin. Os líderes do governo na Assembléia, Edson Aparecido (PSDB), e do PT, Renato
Simões, disseram crer que o
Orçamento só deve vir a ser votado no final de janeiro.
Aparecido disse ter maioria.
Simões comemorou a aprovação do relatório, afirmando
que ele representa um avanço
democrático, já que o governo,
segundo ele, tradicionalmente
é refratário a emendas, e nos últimos anos o PSDB vinha garantindo a aprovação de seu
projeto sem grandes alterações.
Uma das razões da mudança
é o comportamento do PFL,
que, apesar de ocupar o cargo
de vice nas administrações tucanas do município e do Estado, ao longo do ano tem agido
de forma independente na Assembléia. Segundo Chedid,
também líder do partido na
Casa, esse comportamento não
significa oposição, mas uma relação de parceria que não é respeitada pelo governo. Disse ser
correto ler o enfrentamento entre tucanos e pefelistas no Estado como manifestação da vontade dos últimos de deixarem
de ser tratados "como muleta".
"Queremos o apoio do PSDB
para a chapa para o governo do
Estado. E queremos a cabeça
da chapa."
(RAFAEL CARIELLO)
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