São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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CONEXÃO CEARENSE

Partido articulou proposta contra petista

Para tucano, "traição" dentro do PSDB impediu cassação de irmão de Genoino

LUÍS CARLOS DE FREITAS
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa do Ceará, João Jaime Marinho, atribuiu a uma "traição" de membros de seu partido o resultado da votação que rejeitou, anteontem, o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT).
A cassação foi rejeitada por 23 votos a 16, em votação secreta. O PSDB, principal articulador da proposta de cassação, tem 17 deputados na Assembléia.
"Houve traição, sim. Vamos fazer uma avaliação", disse Marinho. Seis deputados anularam seus votos e um votou em branco.
O processo contra Guimarães, irmão do ex-presidente do PT José Genoino, foi iniciado após denúncia de que ele recebeu R$ 250 mil de uma conta do publicitário Marcos Valério de Souza. O dinheiro seria para um suposto caixa dois para pagar gastos de campanha de José Airton Cirilo, candidato derrotado do PT ao governo estadual em 2002.
Guimarães admitiu que recebeu R$ 250 mil não-contabilizados para gastos na campanha e afirmou ter recebido o dinheiro do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O Diretório Nacional do PT negou oficialmente o repasse, o que resultou no pedido de cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar.
Segundo Marinho, o PSDB nem chegou a se articular para votar pela cassação. "Foi quebra de decoro, crime confessado pelo acusado. Não cabia articulação."
Para ele, o PSB, com oito votos, e PMDB, com sete, foram os principais responsáveis pela rejeição da proposta.
Guimarães, em sua defesa, disse que não teria "capacidade de tirar vantagem em favor de patrimônio próprio". O PT cearense entregou à Justiça Eleitoral uma retificação da prestação de contas da campanha de Cirilo, incluindo o dinheiro recebido por Guimarães.


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