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CONEXÃO CEARENSE
Partido articulou proposta contra petista
Para tucano, "traição" dentro do PSDB impediu cassação de irmão de Genoino
LUÍS CARLOS DE FREITAS
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O líder da bancada do PSDB na
Assembléia Legislativa do Ceará,
João Jaime Marinho, atribuiu a
uma "traição" de membros de seu
partido o resultado da votação
que rejeitou, anteontem, o pedido
de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT).
A cassação foi rejeitada por 23
votos a 16, em votação secreta. O
PSDB, principal articulador da
proposta de cassação, tem 17 deputados na Assembléia.
"Houve traição, sim. Vamos fazer uma avaliação", disse Marinho. Seis deputados anularam
seus votos e um votou em branco.
O processo contra Guimarães,
irmão do ex-presidente do PT José Genoino, foi iniciado após denúncia de que ele recebeu
R$ 250 mil de uma conta do publicitário Marcos Valério de Souza.
O dinheiro seria para um suposto
caixa dois para pagar gastos de
campanha de José Airton Cirilo,
candidato derrotado do PT ao governo estadual em 2002.
Guimarães admitiu que recebeu
R$ 250 mil não-contabilizados
para gastos na campanha e afirmou ter recebido o dinheiro do
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O Diretório Nacional do PT
negou oficialmente o repasse, o
que resultou no pedido de cassação do deputado por quebra de
decoro parlamentar.
Segundo Marinho, o PSDB nem
chegou a se articular para votar
pela cassação. "Foi quebra de decoro, crime confessado pelo acusado. Não cabia articulação."
Para ele, o PSB, com oito votos,
e PMDB, com sete, foram os principais responsáveis pela rejeição
da proposta.
Guimarães, em sua defesa, disse
que não teria "capacidade de tirar
vantagem em favor de patrimônio próprio". O PT cearense entregou à Justiça Eleitoral uma retificação da prestação de contas da
campanha de Cirilo, incluindo o
dinheiro recebido por Guimarães.
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