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Outro lado
Dirigentes negam poder sobre partidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos dez dirigentes encontrados pela Folha que exercem cargos em partidos simultaneamente com funções no governo federal, sete
negaram que tenham influência nas decisões partidárias. Três não foram localizados pela reportagem.
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que
submeteu sua situação à Comissão de Ética Pública há
cerca de seis meses, quando
surgiram os primeiros questionamentos sobre a situação do ministro Lupi.
Paulo Bernardo afirmou
que a comissão liberou seu
trabalho no diretório por entender que sua função não
configura a direção de um
partido político.
A ministra Marta Suplicy
informou, pela assessoria de
imprensa, que compõe o diretório do PT, mas não participa das atividades partidárias. A mesma justificativa
foi dada pelo conselheiro administrativo da Itaipu Binacional, João Vaccari Neto.
O ministro das Cidades,
Márcio Fortes (PP), disse
que resolveu consultar a Comissão de Ética Pública da
Presidência da República para saber se poderia permanecer no cargo. Segundo o
presidente em exercício da
Comissão, Marcílio Marques
Moreira, no caso dele, assim
como no de Bernardo e de
Marta, não haveria impedimentos já que os petistas são
membros do diretório do PT
sem interferência nas decisões e Fortes é o oitavo vice-presidente.
O ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, alegou,
através de sua assessoria,
que há sete meses não participa de reuniões no diretório
do PMDB do Paraná e, portanto, não teria influência
nas definições do rumo do
partido do qual é membro.
O presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, afirmou que desde 2005
não aparece no diretório do
PT. "Meu nome está lá, mas
não tenho participação nenhuma. Até me inscrevi na
chapa [de Ricardo Berzoini]
na eleição, mas foi só para
completar a chapa", disse.
O secretário-executivo do
Ministério do Trabalho, André Figueiredo, relatou, por
intermédio da assessoria,
que avalia que não exista
conflito em trabalhar para o
governo e ser presidente do
diretório estadual do PDT
no Ceará. Disse ainda que
não pretende deixar nenhum dos dois cargos. O caso dele será analisado pela
Comissão de Ética.
O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek,
estão em viagem internacional e não foram encontrados. Já o secretário-geral da
Presidência, Luiz Dulci, foi
procurado no dia 5, mas até o
fechamento desta edição não
respondeu às perguntas.
Eles são membros do diretório nacional do PT.
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