|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem-terra se unem a grevistas em Alagoas
Trabalhadores rurais, índios e sem-teto agora acampam em praça em frente à secretaria da Fazenda, invadida por servidores
Greve no Estado já dura sete dias; líder sindical diz que grupo só deixa prédio se governo negociar retirada de decreto contra reajuste
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Caravanas de trabalhadores
sem-terra, índios e sem-teto se
uniram ontem aos servidores
estaduais de Alagoas, que estão
em greve contra a redução de
seus salários, e reforçaram o
grupo que há seis dias invadiu a
sede da Secretaria da Fazenda,
em Maceió.
Os manifestantes ergueram
barracas de lona plástica nas
calçadas e acamparam na praça
Floriano Peixoto, que separa os
grevistas do palácio do governo. A área de bloqueio nas ruas
da cercania imposta pelos grevistas foi ampliada, de 50 metros para 100 metros.
Três veículos da Secretaria
Estadual da Fazenda que estavam parados no estacionamento foram abertos, empurrados e
usados como barreiras nas ruas
de acesso à secretaria.
"Todas as entradas estão fechadas", disse o presidente estadual da CUT (Central Única
dos Trabalhadores), Izac Jackson. "Agora, o governo só entra
aqui se tiver diálogo", afirmou.
No sábado, a Justiça concedeu ao Estado liminar de reintegração de posse do prédio,
mas os grevistas decidiram que
só sairão do local após a revogação do decreto do governador
Teotônio Vilela Filho (PSDB)
que suspendeu os aumentos
concedidos em 2006 pela administração passada, do pedetista Luís Abílio.
Pressionado, o governo concordou em repor os reajustes
-com exceção dos professores,
que receberiam apenas 20% do
que teriam direito-, mas se recusa a revogar a medida.
Ontem, em nota, as secretarias da Fazenda e da Administração informaram que a diferença salarial seria depositada
ainda na noite de ontem nas
contas dos servidores.
A notícia não alterou a disposição dos manifestantes. Em
assembléias isoladas, policiais
civis e trabalhadores da Saúde
decidiram manter o movimento grevista.
Trincheira
O comando de greve estabeleceu estratégias para uma
eventual tentativa de reintegração de posse do prédio. Policiais que controlam o acesso ao
edifício carregam correntes e
cadeados e têm ordens para fechar as portas para dificultar a
ação do governo.
No caso de conflito, grupos
que permanecem na secretaria
podem desligar o centro de
processamento de dados, que
funciona no sétimo andar. No
sábado, os grevistas incendiaram pneus na rua após a liminar de reintegração de posse.
A paralisação completa hoje
sete dias. Nas delegacias, as investigações criminais não estão
sendo feitas. Apenas os flagrantes estão sendo lavrados.
Em cerca de 150 escolas estaduais -40% da rede oficial- o
ano letivo de 2006 ainda não
terminou, e as aulas de reposição estão suspensas. Nos hospitais, somente os casos de emergência estão sendo atendidos.
Texto Anterior: Janio de Freitas: Depois do plano Próximo Texto: ITA investigará urnas junto com a Unicamp Índice
|