São Paulo, quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

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Amigos de Costa são indicados para Telebrás

DO ENVIADO A BARBACENA

A Telebrás, estatal relegada ao esquecimento desde a privatização do sistema de telefonia, em 1998, deverá ser vitaminada com R$ 200 milhões da União para colocar em prática um ousado projeto que prevê levar internet rápida a 90% do país, a um custo estimado entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
Para avaliar o impacto e o bom uso desses recursos, a Telebrás mantém um conselho de administração, com seis integrantes, e um conselho fiscal, com cinco nomes.
Os quatro indicados na cota do Ministério das Comunicações (dois no administrativo e dois no fiscal) são apadrinhados pelo ministro Hélio Costa (PMDB-MG): o farmacêutico Ronaldo Dutra de Araújo, ex-editor de um jornal de Barbacena, a cidade natal de Hélio Costa, a colunista social do jornal mineiro "O Tempo", Raquel Cristina Faria, o advogado de Uberlândia (MG) Antônio Vicente dos Santos, irmão do assessor parlamentar do Ministério das Comunicações e ex-chefe-de-gabinete do então senador Hélio Costa no Senado, José Vicente, e Maria Tereza de Assis Lopes.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações, Maria Tereza "é uma das mais valiosas colaboradoras do senador Hélio Costa há mais de 30 anos, sendo responsável pelo gabinete de Belo Horizonte desde a época em que o ministro era deputado federal".
Maria Tereza confirmou à Folha ser madrinha de um dos filhos de Costa. Ela disse ser formada em desenho industrial.

Professor de química
Ronaldo Araújo tem como experiência, segundo um currículo divulgado pela agência de notícias "Reuters", os cargos de professor de química da Escola Estadual Professor Soares Ferreira, editor do "Jornal da Cidade", de Barbacena, e técnico de uma drogaria e de uma indústria química.
Esse grupo de colaboradores ajudará a interpretar e avaliar a nova economia da estatal, que hoje mantém receita de R$ 100 milhões e gastos mensais de R$ 3 milhões. Os conselheiros dizem ganhar mal, cerca de R$ 1,4 mil mensais. Reúnem-se mensalmente em Brasília, com passagens e estadia pagas pela estatal. Indagado desde sexta-feira, o ministério não informou o valor dos salários dos conselheiros e orientou a reportagem a confirmá-lo com os próprios servidores. (RV)


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