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Amigos de Costa são indicados para Telebrás
DO ENVIADO A BARBACENA
A Telebrás, estatal relegada ao esquecimento desde a
privatização do sistema de
telefonia, em 1998, deverá
ser vitaminada com R$ 200
milhões da União para colocar em prática um ousado
projeto que prevê levar internet rápida a 90% do país, a
um custo estimado entre
R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
Para avaliar o impacto e o
bom uso desses recursos, a
Telebrás mantém um conselho de administração, com
seis integrantes, e um conselho fiscal, com cinco nomes.
Os quatro indicados na cota do Ministério das Comunicações (dois no administrativo e dois no fiscal) são
apadrinhados pelo ministro
Hélio Costa (PMDB-MG): o
farmacêutico Ronaldo Dutra
de Araújo, ex-editor de um
jornal de Barbacena, a cidade
natal de Hélio Costa, a colunista social do jornal mineiro
"O Tempo", Raquel Cristina
Faria, o advogado de Uberlândia (MG) Antônio Vicente
dos Santos, irmão do assessor parlamentar do Ministério das Comunicações e ex-chefe-de-gabinete do então
senador Hélio Costa no Senado, José Vicente, e Maria
Tereza de Assis Lopes.
Segundo a assessoria de
imprensa do Ministério das
Comunicações, Maria Tereza "é uma das mais valiosas
colaboradoras do senador
Hélio Costa há mais de 30
anos, sendo responsável pelo
gabinete de Belo Horizonte
desde a época em que o ministro era deputado federal".
Maria Tereza confirmou à
Folha ser madrinha de um
dos filhos de Costa. Ela disse
ser formada em desenho industrial.
Professor de química
Ronaldo Araújo tem como
experiência, segundo um
currículo divulgado pela
agência de notícias "Reuters", os cargos de professor
de química da Escola Estadual Professor Soares Ferreira, editor do "Jornal da Cidade", de Barbacena, e técnico de uma drogaria e de uma
indústria química.
Esse grupo de colaboradores ajudará a interpretar e
avaliar a nova economia da
estatal, que hoje mantém receita de R$ 100 milhões e
gastos mensais de R$ 3 milhões. Os conselheiros dizem
ganhar mal, cerca de R$ 1,4
mil mensais. Reúnem-se
mensalmente em Brasília,
com passagens e estadia pagas pela estatal. Indagado
desde sexta-feira, o ministério não informou o valor dos
salários dos conselheiros e
orientou a reportagem a confirmá-lo com os próprios servidores.
(RV)
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