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ACM vai presidir a CCJ do Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os membros da comissões permanentes do Senado foram aprovados ontem. Entre eles estão o
senador Luiz Otávio (PMDB-PA),
acusado de desvio de verba pública, e o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), que vai presidir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Luiz Otávio foi aprovado por
unanimidade para a presidência
da CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos). Somente os membros da comissão votam.
A CAE opina sobre tributos, tarifas, empréstimos e finanças públicas; escolhe ministros do TCU,
presidentes e diretores do BC. E
analisa o aspecto econômico e financeiro de qualquer matéria.
Luiz Otávio já havia sido indicado pelos próprios senadores, no
ano passado, para ser ministro do
TCU (Tribunal de Contas da
União), mas a designação está parada na Câmara.
No final de janeiro o próprio
TCU aceitou denúncia contra o
senador e outros envolvidos em
suposto esquema de concessão
fraudulenta de financiamentos
pelo Banco do Brasil a empresas
do grupo Rodomar para a construção de balsas. Luiz Otávio era
gerente do grupo Rodomar. Ele
nega as acusações.
Mesmo na presidência da CAE,
o senador não desistiu de sua indicação para o TCU. "A pauta da
Câmara ficou trancada no semestre passado e a indicação ainda vai
para o Palácio do Planalto. Não
tenho poder de decidir isso."
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) assume a presidência da CCJ afirmando que não
vai criar problemas para o governo e elegendo como prioridade a
conclusão da reforma do Judiciário. "Uma coisa é o presidente da
comissão e outra é o senador em
plenário. O presidente da comissão, apesar de ser indicado pelo
partido, verá sempre os interesses
do país acima de tudo. (...) Não
haverá parcialidade de qualquer
espécie nessa comissão."
O senador baiano estava alinhado com o Palácio do Planalto até
as eleições municipais de outubro, quando seu candidato à Prefeitura de Salvador foi derrotado.
Desde então começou a fazer uma
oposição sistemática ao governo.
Em 2001, ACM renunciou ao
mandato no Senado após o escândalo da violação do sigilo do painel eletrônico de votação da Casa.
Na Câmara, ficou para hoje a
decisão sobre a distribuição da
presidência das comissões entre
os partidos.
(FERNANDA KRAKOVICS E RANIER BRAGON)
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