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NOVELA MINISTERIAL
Governador de São Paulo defende reforma administrativa na União e afirma que governo "parou de vez"
Para Alckmin, reforma lenta atrapalha o país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu
ontem uma reforma administrativa no governo federal para diminuir o tamanho do Estado e afirmou que a reforma ministerial,
discutida há cinco meses, está
atrapalhando o país.
"O governo, que estava devagarinho, devagarinho, parou de vez.
O ministério é grande demais e
também se discute demais", disse
ele, que foi ao Congresso Nacional
discutir a reforma tributária.
O governo federal possui hoje
35 pastas com status de ministério. "O nosso problema não é
substituir ministro, e sim o tamanho do Estado. Temos hoje um
governo grande demais, que gasta
demais. O caminho é buscar eficiência nos gastos públicos. O
exemplo tem que vir de cima, da
redução da estrutura do Estado",
disse o governador.
Para Alckmin, "a capacidade
das pessoas é que deve nortear a
escolha de ministérios". A oposição tem acusado o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva de fisiologismo porque o único critério
para as mudanças em sua equipe
seria contemplar aliados.
Principal nome do PSDB para
disputar as próximas eleições presidenciais contra o presidente Lula em 2006, o governador de São
Paulo criticou ontem a antecipação do debate eleitoral. A reeleição do presidente Lula foi defendida na comemoração dos 25
anos de criação do PT no último
fim de semana.
"Sou contra antecipar o debate
sucessório porque isso encurta os
governos e dificulta a governabilidade. O governo [federal] é que
tem tido uma verdadeira obsessão nessa questão da continuidade no poder", disse ele.
O tucano afirmou ainda que o
PSDB não fez nenhuma consulta
ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a respeito da possibilidade de
ele concorrer novamente ao governo do Estado no próximo ano.
Alckmin disse que não tem nenhum interesse nessa hipótese.
"Rato"
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), ironizou ontem a reforma ministerial anunciada pelo Palácio do Planalto. "A
montanha pariu um rato", disse.
O presidente Lula suspendeu
ontem as alterações na equipe devido à pressão feita pelo PP para
ocupar a pasta das Comunicações, anunciando apenas mudanças nos ministérios da Previdência e do Planejamento.
"Na hora do vamos ver, o presidente não conseguiu sair da armadilha fisiológica. A Câmara está que nem o início da criação, o
caos. Tomara que, no sétimo dia,
o Lula consiga descansar", comparou Virgílio.
No plenário, o senador José Jorge (PFL-PE) perguntou ao líder
do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), se a reforma se
resumiria ao que foi anunciado
ontem. "Cabe ao presidente da
República, que teve 53 milhões de
votos, decidir", afirmou ele.
"Parece que Lando é o único incompetente do governo", disse
Jorge. O senador Valdir Raupp,
que é do PMDB de Rondônia, assim como Lando, saiu em defesa
do ex-ministro. Segundo o senador, Lando foi vítima de uma injustiça porque tinha um plano
pronto para sanear a Previdência
Social e torná-la superavitária.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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