São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO A 2006

Das simulações, Serra, com 27%, é o que mais se aproximaria do petista

Pesquisa diz que hoje Lula poderia enfrentar 2º turno

ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria a vitória garantida no primeiro turno das eleições presidenciais de 2006 apenas em um de três cenários. Apesar de manter a liderança, o desempenho eleitoral de Lula foi inferior ao da última pesquisa, realizada em novembro.
O levantamento mostrou ainda uma pequena piora na avaliação positiva do governo e na aprovação do presidente, interrompendo a recuperação dos índices do segundo semestre de 2004.
As três simulações eleitorais para 2006 diferem pelo candidato do PSDB que enfrentaria Lula. O presidente garantiria a reeleição no primeiro turno apenas contra o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Lula teria 39% e Aécio, 7%. Os três outros candidatos propostos foram Anthony Garotinho (PMDB), com 12%, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), com 13%, e a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), com 4%.
Se o candidato fosse o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), haveria segundo turno, com 39% para Lula e 27% para Serra. Os outros candidatos somariam 18%.
Já na simulação em que Lula concorre contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a ocorrência de segundo turno fica dentro da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos para mais ou para menos. Lula teria 42% contra Alckmin, Garotinho e Cesar Maia empatados com 12% e Heloísa Helena com 3%.
A pesquisa mostra que as intenções de voto no prefeito do Rio aumentaram e chegam a empatar com Alckmin em uma das simulações. Segundo Amauri Teixeira, diretor-executivo da MCI, empresa que fez a análise dos dados, esse crescimento pode ter relação com a exposição do prefeito nos meios de comunicação, devido ao horário eleitoral gratuito do PFL.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de março, período em que o governo federal já havia realizado a intervenção nos hospitais do Rio. "Não se pode dizer que a intervenção ajudou o prefeito, porque não há dados das semanas anteriores. Seus índices podem até ter caído", diz Teixeira.
Os coordenadores chamaram a atenção para os resultados obtidos pela senadora Heloísa Helena. Apesar de não ultrapassar os 4% nas simulações, ela recebeu 6% entre os eleitores com nível superior, entre jovens de 16 a 24 anos e entre eleitores das capitais.

Economia
Quanto às expectativas sobre a economia brasileira, a pesquisa mostrou uma queda no otimismo. Enquanto 52% dos entrevistados acreditam que o desemprego vai aumentar nos próximos seis meses, só 23% deles dizem que mais empregos serão criados. Quanto à inflação, 54% disseram acreditar que ela irá crescer e 11% acreditam que ela diminuirá.
Apesar de permanecer alto, o índice de confiança no presidente Lula caiu de 63%, em novembro, para 60% -índice semelhante ao registrado em março de 2004.
Questionado sobre os temas em que o governo tem obtido melhor ou pior resultado, os eleitores citaram como positivo as políticas de combate à fome e à pobreza e educação. Os piores resultados foram nas áreas da geração de emprego, segurança pública e saúde.
Estimulados a citar notícias relacionadas ao presidente, os entrevistados lembraram das declarações de Lula sobre um caso de corrupção no governo Fernando Henrique Cardoso (13%) e das viagens ao exterior (3%).


Texto Anterior: Análise: Lula, a reforma e o mamute
Próximo Texto: Maia usa pesquisa para acusar "jogo sujo" do governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.