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ELEIÇÕES 2006/REGRAS DO JOGO
Garotinho diz que o fato de a verticalização ser mantida não altera o cenário no PMDB
Partidos não vão contestar a decisão do Supremo
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PFL, PSDB, PMDB, PT e os presidentes da Câmara e do Senado
declararam ontem que vão acatar
a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de manter a regra
da verticalização para a eleição
deste ano, contrariando a emenda
constitucional promulgada pelo
Congresso no início do mês.
No mês passado, a maioria dos
dirigentes partidários fez declarações contra o Poder Judiciário
quando uma decisão do Tribunal
Superior Eleitoral sinalizou que a
verticalização seria mantida.
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo
(PC do B-SP), queriam responder
com uma nova emenda constitucional. A verticalização só foi
mantida porque o Supremo entendeu que a regra estava sendo
mudada no meio do jogo. A
Constituição determina que as
normas eleitorais têm de ser aprovadas até um ano antes do pleito.
Renan e Aldo tramavam fazer
uma nova emenda constitucional
alterando esse princípio da anualidade. Ontem, essa idéia foi enterrada por dois motivos.
Os políticos contrários a verticalização concluíram que uma
emenda constitucional agora soaria fortemente casuísta. Jogaria a
imagem do Congresso ainda mais
para baixo. A resignação também
se dá porque a derrubada da regra
sempre foi considerada incerta.
Por essa razão, grande parte dos
partidos já havia traçado um plano para esta eleição, apesar da limitação para fazer alianças. Todos os consultados ontem pela
Folha aproveitaram para fazer
um discurso em defesa das instituições, num tom ameno incomparável com as ameaças de algumas semanas atrás. "Não há o que
fazer a não ser cumprir. Não há
conflito entre Poderes", disse Renan. "Os partidos não estão acima
do STF nem qualquer outra instituição está quando se trata de interpretação da Constituição", declarou Aldo.
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), considera
"melhor não fazer" uma emenda
para modificar o princípio da
anualidade. O presidente nacional do PMDB, deputado Michel
Temer (SP), concorda com o pefelista: "Buscar outra emenda
constitucional poderia caracterizar mesmo um casuísmo".
O deputado Ricardo Berzoini
(SP), presidente do PT, acha ruim
uma mudança neste ano. "O PT é
contra porque aí sim estimularíamos uma guerra entre os Poderes." O líder do PSDB na Câmara,
Jutahy Júnior (BA), já havia votado contra o fim da verticalização.
Garotinho
O pré-candidato do PMDB à
Presidência, Anthony Garotinho,
acredita que a manutenção da
verticalização não altera o cenário
com o qual trabalha. "Os fatos políticos darão a dimensão da necessidade da candidatura própria até
a convenção [em junho]. Vou trabalhar para crescer nas pesquisas
e mostrar mais uma vez que minha candidatura é viável", afirma.
"Tenho 12%, 14%, 15%. Se eu
crescer cinco pontos, vou para
20%. O atual governador de São
Paulo, pessoa por quem tenho
grande respeito, com toda a visibilidade que teve nos últimos
dias, até pela disputa que se travou dentro do PSDB com o [José]
Serra, teve uma visibilidade enorme, ele tem 23%. A gente tem que
ter calma, paciência e entender
que se der para o candidato crescer no tempo certo, ele crescerá."
Colaborou a Sucursal do Rio
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