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Metade dos deputados utilizou cota para financiar viagens com família ao exterior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Metade dos 513 deputados da
Câmara usou a cota de parlamentar para financiar viagens
ao exterior, boa parte das vezes
em companhia de familiares ou
cônjuges. O levantamento e a
lista de congressistas que viajaram para fora do país com o benefício entre janeiro de 2007 e
outubro de 2008 foram divulgados ontem pelo site Congresso em Foco.
Os cofres públicos custearam
1.885 voos internacionais pela
cota de parlamentares, de acordo com registros de companhias aéreas.
Entre os 13 destinos escolhidos pelos congressistas, aparecem cidades como Miami, Nova York, Paris, Londres, Milão,
Madri, Bariloche, Buenos Aires
e Santiago.
Os gastos com bilhetes internacionais custaram à Casa cerca de R$ 4,7 milhões (aproximadamente R$ 3 milhões nas
passagens emitidas e mais outro R$ 1,7 milhão com taxas de
embarque), segundo a reportagem publicada no site.
A lista com todos os 261 parlamentares foi divulgada no
mesmo dia em que a Câmara
anunciou que publicará um pacote de medidas moralizantes a
respeito do uso da cota de passagens aéreas.
Pelas regras discutidas na
Casa, os bilhetes só poderão ser
utilizados pelos próprios deputados ou por assessores e em
viagens que tenham relação
com o mandato do deputado.
Os destinos internacionais só
serão liberados mediante autorização da Terceira-Secretaria
da Câmara dos Deputados.
A Folha mostrou na última
semana que líderes partidários
e diversos congressistas usaram o benefício de parlamentar para financiar viagens para
familiares e amigos.
Logo que surgiram revelações a respeito do descontrole
no uso de passagens, o Ministério Público Federal cobrou regras mais rigorosas.
Ranking
A lista revelada ontem mostra que o descontrole com o uso
da cota aérea de parlamentar
atinge congressistas de partidos variados.
O pedetista Dagoberto Nogueira (MS) foi o deputado com
maior número de viagens internacionais, pagas com o benefício da Câmara, de acordo com o
ranking feito pelo site Congresso em Foco.
Pelos registros, ele pagou 40
voos internacionais, 22 deles
com familiares incluídos. Os bilhetes para Paris, Milão, Buenos Aires, Nova York e Miami
tiveram custo de R$ 92,6 mil,
somadas as taxas de embarque.
A assessoria do deputado informou que ele estava em viagem pelo interior do Mato
Grosso do Sul e, por isso, não
pôde ser localizado.
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