São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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Metade dos deputados utilizou cota para financiar viagens com família ao exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Metade dos 513 deputados da Câmara usou a cota de parlamentar para financiar viagens ao exterior, boa parte das vezes em companhia de familiares ou cônjuges. O levantamento e a lista de congressistas que viajaram para fora do país com o benefício entre janeiro de 2007 e outubro de 2008 foram divulgados ontem pelo site Congresso em Foco.
Os cofres públicos custearam 1.885 voos internacionais pela cota de parlamentares, de acordo com registros de companhias aéreas.
Entre os 13 destinos escolhidos pelos congressistas, aparecem cidades como Miami, Nova York, Paris, Londres, Milão, Madri, Bariloche, Buenos Aires e Santiago.
Os gastos com bilhetes internacionais custaram à Casa cerca de R$ 4,7 milhões (aproximadamente R$ 3 milhões nas passagens emitidas e mais outro R$ 1,7 milhão com taxas de embarque), segundo a reportagem publicada no site.
A lista com todos os 261 parlamentares foi divulgada no mesmo dia em que a Câmara anunciou que publicará um pacote de medidas moralizantes a respeito do uso da cota de passagens aéreas.
Pelas regras discutidas na Casa, os bilhetes só poderão ser utilizados pelos próprios deputados ou por assessores e em viagens que tenham relação com o mandato do deputado.
Os destinos internacionais só serão liberados mediante autorização da Terceira-Secretaria da Câmara dos Deputados.
A Folha mostrou na última semana que líderes partidários e diversos congressistas usaram o benefício de parlamentar para financiar viagens para familiares e amigos.
Logo que surgiram revelações a respeito do descontrole no uso de passagens, o Ministério Público Federal cobrou regras mais rigorosas.

Ranking
A lista revelada ontem mostra que o descontrole com o uso da cota aérea de parlamentar atinge congressistas de partidos variados.
O pedetista Dagoberto Nogueira (MS) foi o deputado com maior número de viagens internacionais, pagas com o benefício da Câmara, de acordo com o ranking feito pelo site Congresso em Foco.
Pelos registros, ele pagou 40 voos internacionais, 22 deles com familiares incluídos. Os bilhetes para Paris, Milão, Buenos Aires, Nova York e Miami tiveram custo de R$ 92,6 mil, somadas as taxas de embarque.
A assessoria do deputado informou que ele estava em viagem pelo interior do Mato Grosso do Sul e, por isso, não pôde ser localizado.


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