RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia de Santa Rita de Cássia, padroeira das causas impossíveis, a deputada Rita Camata (PMDB-ES) entrou para compor a chapa de José Serra à Presidência com uma frase de efeito: "De salto alto e maquiagem, nessa campanha, só eu", disse, ao convocar o PMDB a se unir na "luta" para eleger o tucano.
No discurso de apresentação da candidata a vice, Rita procurou justificar a postura oposicionista que sempre adotou em relação ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o principal cabo eleitoral de Serra: "Representar o PMDB nesta aliança não significa rasgar o que já se fez ou renunciar ao que se acredita. Significa ter jogo de cintura e mente aberta para que possamos construir o projeto que José Serra representa, o qual creio firmemente será o melhor para o país".
"A aliança não é, necessariamente, uma junção de iguais. Neste caso, é a união de pessoas das mais diversas convicções em torno de idéias", continuou.
Serra destacou as afinidades que tem com Rita Camata, mas aproveitou a ocasião para lançar uma ponte em direção ao PFL.
Ele disse que a aliança com o PMDB não era só para vencer a eleição, mas também para governar. E que vai avançar ainda mais na tarefa de atrair outros partidos para a aliança: "Nada fizemos para desfazer alianças que em determinado momento se desfizeram. Tudo faremos para refazê-las."
Serra e Rita destacaram as suas afinidades: a Lei Camata, que restringiu os gastos de Estados e municípios, a lei que ampliou para 120 dias a licença-maternidade e o Estatuto da Criança e do Adolescente, todas de autoria da deputada. Para Serra, o Brasil já seria uma potência econômica. Precisa agora se transformar "numa potência social". Isso é o que Rita simbolizaria na chapa.
Sobre FHC, que há alguns anos considerou melhor senador do que presidente da República, Rita justificou: "Governou com integridade, mas todos sabemos que é preciso avançar muito mais".



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