São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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PERFIL

Deputada é vista como "outsider"

DO BANCO DE DADOS
DA REDAÇÃO

Rita Camata (ES), 41, é vista como "outsider" do PMDB pelo núcleo de poder do partido. No seu quarto mandato como deputada federal -foi em todas as quatro vezes a deputada mais votada do Espírito Santo-, sua atuação na Câmara é marcada por votos contrários aos principais projetos de abertura da economia do governo Fernando Henrique Cardoso.
No primeiro mandato de FHC, a deputada votou contra o governo, em 1995, nas quebras dos monopólios da Petrobras e das telecomunicações.
Manteve sua postura de oposição ao governo votando, em 1997, contra a emenda da reeleição e contra a quebra da estabilidade do servidor público.
Em junho de 2001, disse: "O senador Fernando Henrique era muito melhor do que o presidente Fernando Henrique. Prefiro mil vezes o senador".
Como vice de José Serra, vai conviver na campanha com o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas, que a derrotou na disputa pela Prefeitura de Vitória (ES) em 1996 e que hoje é um dos coordenadores da equipe do presidenciável.

Constituinte
Rita Camata ficou conhecida no cenário político no Congresso constituinte, entre 1987 e 88, quando cumpria seu primeiro mandato como deputada.
Chamou a atenção pela beleza, que lhe valeu o título de "musa da Constituinte". Esse atributo voltou a ser lembrado quando surgiu a possibilidade de seu nome compor a chapa com Serra -marqueteiros do tucano acham que o fato de ser mulher e bonita pode trazer votos à candidatura.
Durante os trabalhos constituintes, apresentou 218 emendas à Constituição, 68 das quais foram aprovadas. Entre essas emendas, destacam-se as relativas à licença-maternidade de 120 dias e aquelas contrárias ao trabalho infantil. Votou também contra o mandato de cinco anos para o então presidente José Sarney.
Foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado em 1990. Reeleita nesse ano, presidiu a CPI do Menor, que investigou o extermínio de crianças e adolescentes no Brasil.
No seu terceiro mandato, conquistado nas urnas em 1994, Rita conseguiu ver sancionada por FHC a chamada Lei Camata, projeto de lei de sua autoria que limita em 60% da receita as despesas da União, dos Estados e dos municípios com o funcionalismo.
Em outubro de 1998 conquistou o seu quarto mandato, tendo sido mais uma vez a deputada mais votada do Espírito Santo, com 72 mil votos.

Jornalismo
Formada em jornalismo, é casada desde 1981 com o senador e ex-governador Gerson Camata (PMDB-ES), com quem tem dois filhos: Enza, 16, e Bruno, 2.



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