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PREVIDÊNCIA
Para líder do PT na Assembléia, texto não chega a ser projeto; governo quer aprovação até o final de junho
Petistas criticam proposta de Alckmin
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Se na Câmara dos Deputados o
PT espera o apoio do PSDB à reforma da Previdência, na Assembléia Legislativa de São Paulo o
partido está inclinado a fechar
questão contra a proposta do governador tucano Geraldo Alckmin para mudar regras da seguridade paulista.
Só ontem, no primeiro dia de
prazo para a proposição de emendas ao texto, que chegou à Casa na
última terça-feira, o PT apresentou 23 emendas. Como justificativa, o líder do PT na Assembléia,
deputado Antonio Mentor, fez
críticas ao texto. "Não podemos
nem chamá-lo de projeto."
O texto enviado pelo governo à
Assembléia é, de fato, sucinto, e
seu principal ponto é a elevação
da alíquota de contribuição dos
servidores dos atuais 6% para
11%. A contribuição dos inativos
só deverá chegar ao Legislativo
paulista se for aprovada na reforma da Previdência do PT.
A conduta do PT paulista deverá ser de oposição à proposta do
governo, pelo menos até a reforma do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que também institui 11%
como alíquota de desconto para
os servidores, ser aprovada no
Congresso.
"O projeto apenas aumenta a
contribuição previdenciária dos
servidores públicos estaduais",
disse Mentor ontem. Ao criticar a
proposta tucana, a bancada do PT
na Assembléia se alinha a entidades representativas de funcionários públicos do Estado, que, na
última semana, realizaram manifestação no centro de São Paulo
contra a reforma federal.
Segundo Mentor, o partido
quer uma reforma mais abrangente, que trate, por exemplo, da
questão dos funcionários que
ocupam cargos de confiança.
"Eles continuam contribuindo
para a Previdência paulista, mas
não têm direito à aposentadoria."
A principal emenda apresentada ontem pelos petistas trata da
criação de uma espécie de fundo
complementar para o funcionalismo público.
A proposta de Mentor é o governo paulista esperar a aprovação da reforma do governo Lula
para, em seguida, enviar seu texto
à Assembléia. Sozinha, a bancada
do PT tem poucas chances de impedir a aprovação do texto, pois o
governo Geraldo Alckmin tem
maioria na Casa.
Mas o partido pode, com base
no regimento, manobrar para impedir que a aprovação ocorra no
tempo desejado pelos tucanos
-até o final do mês que vem.
"Antes de setembro ele não será
votado", disse Mentor. O deputado estadual Edson Aparecido,
presidente do PSDB em São Paulo, lamentou a postura do PT e
disse que o governo fará todo o
esforço para aprovar o texto, que
chegou ao Legislativo com pedido
de urgência, em junho.
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