São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Petistas negam irregularidade com construtora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou ontem à noite que conversou com o ministro Tarso Genro (Justiça) e que ele lhe disse que não há nenhuma investigação na Operação Navalha envolvendo seu nome. "O ministro me comunicou que não há qualquer processo de investigação relacionado à minha pessoa ou qualquer indício de irregularidade com o meu nome."
Wellington disse que não conhece nem nunca esteve com o empresário Zuleido Veras, acusado de comandar esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos de obras públicas. O governador afirmou que se encontrou "várias vezes" com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, mas nunca para tratar sobre atos ilícitos.
"As acusações que me colocaram é que estive com o ministro solicitando a liberação do programa Luz Para Todos. Vou confirmar aqui que estive várias vezes com o ministro, tanto no Piauí como em Brasília, tratando da liberação dos recursos. Vou continuar cobrando."
Em uma nota divulgada à tarde, o governador informou sobre a reunião com o ministro, em julho, que havia muita gente na sala, mas ele não saberia dizer se Sérgio Sá estava presente, pois, como sustenta, não conhece o lobista. Sobre as obras na BR-020, a assessoria do governador também negou acerto com a Gautama.
O governador Jaques Wagner (PT) disse ontem, por meio de sua assessoria, que nunca autorizou Zuleido a fornecer qualquer tipo de informação sobre seu governo ou a falar em seu nome. O petista disse que conhece o dono da Gautama, mas ressaltou que a empresa não fez nenhuma obra em sua administração ou em cidades dirigidas pelo PT na Bahia.
O diretor-presidente da agência Leiaute, Sidônio Palmeira, disse ontem à Folha que não conhece Zuleido Veras, mas que ele pode ter se encontrado com o prefeito de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT), nas dependências de sua empresa, em Salvador. "Todo cliente nosso, da área privada, da área comercial, da área pública, que vem à nossa agência pode trazer alguma pessoa com ele. Não posso dizer que não, se ele esteve aqui ou não."
O governador Marcelo Déda (PT-SE) afirmou por meio de sua assessoria que a suposta tentativa da Gautama de exercer lobby em sua gestão não obteve sucesso. Segundo ele, os contratos suspeitos tiveram a liberação de recursos suspensa por decreto, desde sua posse.
"O esquema só encontrou dificuldade na atual gestão", diz. Déda afirma ainda que não teve nenhum encontro ou conversa reservada com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Flávio Conceição. A assessoria do governo afirmou que não conseguiu falar ontem com o vice-governador de Sergipe.


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