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PMDB propõe ajudar governo em CPI em troca de aliança eleitoral
Sigla quer que candidato nos Estados seja o mais bem avaliado em pesquisas
VALDO CRUZ
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em troca da defesa do governo na CPI da Petrobras, o
PMDB vai pedir ao presidente
Lula que pressione seu partido
a fechar um acordo em torno
das disputas pelo comando dos
Estados no próximo ano.
Os peemedebistas querem
definir, desde já, que nos Estados mais estratégicos o candidato de uma aliança entre
PMDB e PT seja aquele que estiver mais bem posicionado nas
pesquisas de intenção de voto.
A aliança passaria pelo apoio ao
candidato de Lula à Presidência -no momento, a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil).
Um auxiliar de Lula disse à
Folha que, se o acordo envolver a garantia de apoio peemedebista a Dilma, há espaço para
negociação. Mas não nos termos já propostos pelo PMDB.
O PT não quer definir agora
os nomes nos Estados. Prefere
fazê-lo apenas em 2010. Parte
da cúpula, contudo, não aceita
acordos em alguns Estados, como Minas Gerais -um dos reivindicados pelos aliados. Em
Minas, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, do PMDB,
lidera as pesquisas. Só que o PT
mineiro tem dois candidatos, o
ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o ex-prefeito Fernando Pimentel.
Há dificuldades ainda na Bahia, no Rio de Janeiro e no Rio
Grande do Sul, por exemplo. O
governador baiano Jaques
Wagner é candidato à reeleição, enquanto o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima
(Integração Nacional) também
quer disputar o cargo.
Além da eleição de 2010, o
PMDB quer aproveitar a CPI
para resolver pendências com o
governo em torno de cargos.
Um peemedebista disse que esse tema não será posto na mesa
de negociações diretamente,
mas espera um sinal de boa
vontade do Planalto. Um caso
que o PMDB espera resolver é o
do senador Romero Jucá
(PMDB-RR), que teve um irmão demitido da Infraero e já
teria recebido a promessa de
uma recolocação em outro posto federal. Jucá deve ser o relator da CPI da Petrobras.
O PMDB gostaria ainda de
aumentar seu poder dentro da
Petrobras. Já reivindicou, no
passado, a diretoria de Exploração e Pesquisa, mas Lula não
atendeu o pedido. Hoje, quem
comanda a diretoria é um petista, que não deve ser tirado do
cargo pelo Planalto.
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