São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

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Com Serra e sem bancada, PSDB lança Alckmin em SP

Candidatura é oficializada em convenção que reuniu 2 dos 12 vereadores tucanos

Alckmin diz "obrigado" a Serra e promete apoio ao governador na eleição de 2010; ele obteve 1.037 dos 1.164 votos dados ontem

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado do governador José Serra (PSDB), mas sem a presença de 10 dos 12 vereadores do PSDB paulistano, o médico Geraldo Alckmin, 55, foi oficializado ontem, em convenção realizada na Assembléia Legislativa do Estado, candidato tucano a prefeito de São Paulo.
Será a segunda vez que ele concorrerá ao cargo, hoje ocupado por Gilberto Kassab (DEM), que tentará a reeleição e era vice de Serra até 2006, quando o titular do Palácio dos Bandeirantes deixou a prefeitura para disputar o governo.
O acordo que permitiu a Alckmin ser apresentado como candidato único na convenção foi fechado na noite de anteontem, após intervenção de Serra.
Com isso, a chapa que propunha uma aliança com Kassab desistiu de concorrer.
Em contrapartida, Alckmin afirmou, ontem na Assembléia Legislativa, que estará com Serra em 2010 -o governador paulista e o colega mineiro, Aécio Neves, são os nomes "naturais" do PSDB para a sucessão do presidente Lula.
Segundo a assessoria de imprensa do PSDB, de um total de 1.344 convencionais, 1.164 foram às urnas, e 1.037 referendaram o nome de Alckmin -94 foram contra, 20 anularam e 13 votos estavam em branco.
"Nunca há uma mesma opinião. O importante é que haja uma só decisão. Isso foi consagrado aqui no dia de hoje. Nós vamos apresentar como nosso candidato para a cidade alguém (...) que foi um grande candidato a presidente da República e tem todas as condições de ser um grande prefeito", disse Serra, durante seu discurso.
Os expoentes da chapa "kassabista" são historicamente ligados a Serra, como o secretário municipal de Esportes da capital, Walter Feldman, que ontem fez questão de participar da convenção tucana.
Ao discursar, Alckmin também elogiou Serra: "São 16 anos de governo do PSDB em São Paulo, agora sob as mãos firmes e honradas do governador José Serra", disse o candidato tucano, sendo aplaudido.
Para completar em seguida: "Quero trazer uma palavra muito especial ao governador José Serra, fundador como eu do PSDB e companheiro de tantas e tantas jornadas. Nós estaremos sempre juntos, amalgamando a unidade partidária, para trabalhar".

Relógio
Serra chegou 40 minutos após o previsto e Alckmin brincou com os jornalistas. "Nossa divergência é de fuso horário", disse o ex-governador.
Ao final do evento, Alckmin abraçou Serra: "Obrigado".
Dos 12 vereadores da bancada tucana, apenas 2 foram à convenção. Tião Farias, apoiador de Alckmin desde o começo, e José Rolim, que, apesar de assinar a chapa pró-kassab, ficou ao lado do ex-governador.
Em discurso, Serra defendeu a bancada. "Queria saudar a todos os nossos vereadores, os que estão e os que não estão aqui, mas que vão estar na luta para que São Paulo não sofra um retrocesso."
A importância dos vereadores é ressaltada por tucanos, já que eles têm capilaridade na cidade e podem trazer votos para o candidato à prefeitura.
Na noite de sábado, por exemplo, após a decisão de retirar a chapa pró-Kassab, o grupo de vereadores diz que cancelou 182 ônibus alugados. A expectativa era de levar 9.000 militantes ligados a eles para a convenção de ontem.
Em entrevista coletiva, o próprio Alckmin reconheceu a importância dos parlamentares e disse que não haverá retaliação aos vereadores.
"Eles todos contarão comigo, vou trabalhar por todos eles. E a nossa bancada vai crescer", disse Alckmin. "Sou muito identificado com o 45 e podemos fazer crescer muito o voto de legenda", completou.


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