São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

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"Denúncia é vazia", afirma ex-presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

Procurado pela Folha, Paulo de Tarso Lustosa, ex-presidente da Funasa, disse que não havia sido informado da ação da Procuradoria, que classificou de "denúncia vazia". "Isso é briga política." Lustosa negou que tenha autorizado a contratação de parentes ou amigos. Ele também marcou distância do ex-coordenador de logística Paulo Roberto de Albuquerque Garcia Coelho.
"Minha relação com ele era estritamente profissional. Ele foi indicado pelo ex-deputado Valmor de Luca, que é sogro dele." Lustosa afirmou que nunca soube de nenhuma ilegalidade. "Inclusive pedi várias vezes que o auditor me apontasse qualquer funcionário com parentesco. Ele nunca disse nada."
Lustosa considerou um "absurdo" investigarem o financiamento da campanha de seu filho, Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE). Segundo ele, as planilhas de votação mostram que os partidos que receberam mais recursos da Funasa foram PPS, PMDB, PSDB e PT.
"O deputado federal que recebeu mais dinheiro da Funasa foi o Eunício de Oliveira, e, em segundo, Aníbal Gomes." Para Lustosa, quem deveria responder pelas ações de Paulo Roberto é Wagner Campos, indicado pela bancada do PMDB no Rio. Sobre Negreiros, disse que nunca o conheceu.
A assessoria do secretário da Fazenda de São Paulo Mauro Ricardo, que presidiu a Funasa de 1999 a 2002, disse que estranha a inclusão do nome dele na ação. Não existe, informou, nenhuma manifestação ou assinatura dele no contrato. Ainda segundo a assessoria, o contrato foi firmado no final da gestão de Mauro Ricardo pelo departamento de administração, único responsável por "planejar, coordenar e supervisionar" as compras e contratações -atribuição prevista no decreto nº 3.450/2000.
Em carta, o diretor de administração à época, Celso Tadeu Silveira, recorreu ao decreto para isentar Mauro Ricardo de qualquer envolvimento. "Nenhum ato de execução financeira referente a esse contrato foi praticado na gestão do ex-presidente."
Para a procuradora Raquel Branquinho, o decreto é um subterfúgio ilegal criado na Funasa, pelo qual servidores do baixo escalão é que assinam os contratos.
Paulo Garcia, ex-coordenador de logística da Funasa, foi procurado pela Folha em sua residência ontem à tarde. Segundo o porteiro do prédio, ele viajou há cerca de uma semana. Na casa do proprietário da Brasfort, Robério Bandeira de Negreiros, não houve resposta aos chamados pelo interfone.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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