São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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Kroll tenta relacionar TIM a uma prestadora de serviços que faliu

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório da Kroll Associates, divulgado ontem pela Folha, tenta estabelecer laços de parentesco entre a TIM (Telecom Itália Móbile) e uma de suas prestadoras de serviços, a Tecnosistemi Brasil, que teve sua falência decretada em novembro do ano passado em meio a dívidas que somam R$ 100 milhões.
Segundo o relatório, a Tecnosistemi era a responsável por fazer o pagamento de propinas a prefeituras paulistas para obter autorização para instalar torres de transmissão para a TIM.
Haveria, inclusive, uma relação societária -embora distante- entre os dois grupos, segundo os dados levantados pela Kroll.
As informações coincidem com as que constam de documento registrado em cartório, em março deste ano, pelo presidente da Tecnosistemi, Rubens Ronaldo Pedroso. Ele afirma que o laço de parentesco que une a TIM e a Tecnosistemi é a Olitecno, uma empresa voltada para a implantação e a manutenção de redes de telefonia no México.
A Telecom Itália informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem nenhum vínculo com a Tecnosistemi nem com a Olitecno. "A TIM nunca operou no México, e a Olitecno nunca atuou no Brasil", informou.
A Olitecno, segundo documentos apresentados por Pedroso, é resultado de uma joint venture entre a Olivetti Mexicana -do grupo Olivetti que, no ano passado, fundiu-se com a Telecom Itália- e a Tecnosistemi Brasil.
Em janeiro deste ano, uma assembléia de acionistas da Olitecno, realizada na cidade do México, decidiu pela liquidação da companhia.
Segundo a assessoria da TIM, o encerramento da empresa faz parte da reestruturação do grupo italiano após a fusão com a Olivetti, que ocorreu no ano passado.

Relação
Pedroso afirma que "através da Olitecno houve a concretização de direito da sociedade que, de fato, instalou-se no Brasil".
Segundo ele, as ordens de serviço eram dadas pela TIM por e-mail, sem contrato, com base apenas numa carta de intenção assinada na Itália pelos controladores das duas empresas locais.
A Tecnosistemi Brasil é controlada pelo grupo italiano do mesmo nome que entrou em crise no ano passado com um passivo de 400 milhões e sofreu intervenção do governo italiano.
Quem fundou a empresa no Brasil foi o executivo italiano Gianni Grisendi, o homem que comandou a Parmalat durante 11 anos. O executivo foi, ainda, presidente da TIM entre 2001 e 2002.


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