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Kroll tenta relacionar TIM a uma prestadora de serviços que faliu
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório da Kroll Associates,
divulgado ontem pela Folha, tenta estabelecer laços de parentesco
entre a TIM (Telecom Itália Móbile) e uma de suas prestadoras de
serviços, a Tecnosistemi Brasil,
que teve sua falência decretada
em novembro do ano passado em
meio a dívidas que somam
R$ 100 milhões.
Segundo o relatório, a Tecnosistemi era a responsável por fazer o
pagamento de propinas a prefeituras paulistas para obter autorização para instalar torres de
transmissão para a TIM.
Haveria, inclusive, uma relação
societária -embora distante-
entre os dois grupos, segundo os
dados levantados pela Kroll.
As informações coincidem com
as que constam de documento registrado em cartório, em março
deste ano, pelo presidente da Tecnosistemi, Rubens Ronaldo Pedroso. Ele afirma que o laço de parentesco que une a TIM e a Tecnosistemi é a Olitecno, uma empresa
voltada para a implantação e a
manutenção de redes de telefonia
no México.
A Telecom Itália informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que não tem nenhum vínculo
com a Tecnosistemi nem com a
Olitecno. "A TIM nunca operou
no México, e a Olitecno nunca
atuou no Brasil", informou.
A Olitecno, segundo documentos apresentados por Pedroso, é
resultado de uma joint venture
entre a Olivetti Mexicana -do
grupo Olivetti que, no ano passado, fundiu-se com a Telecom Itália- e a Tecnosistemi Brasil.
Em janeiro deste ano, uma assembléia de acionistas da Olitecno, realizada na cidade do México, decidiu pela liquidação da
companhia.
Segundo a assessoria da TIM, o
encerramento da empresa faz
parte da reestruturação do grupo
italiano após a fusão com a Olivetti, que ocorreu no ano passado.
Relação
Pedroso afirma que "através da
Olitecno houve a concretização
de direito da sociedade que, de fato, instalou-se no Brasil".
Segundo ele, as ordens de serviço eram dadas pela TIM por e-mail, sem contrato, com base apenas numa carta de intenção assinada na Itália pelos controladores
das duas empresas locais.
A Tecnosistemi Brasil é controlada pelo grupo italiano do mesmo nome que entrou em crise no
ano passado com um passivo de
400 milhões e sofreu intervenção do governo italiano.
Quem fundou a empresa no
Brasil foi o executivo italiano
Gianni Grisendi, o homem que
comandou a Parmalat durante 11
anos. O executivo foi, ainda, presidente da TIM entre 2001 e 2002.
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