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PT SOB SUSPEITA
Acusação envolve Klinger de Oliveira Souza e outras 12 pessoas ligadas à Prefeitura de Santo André
Promotoria denuncia vereador petista
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Estadual
denunciou ontem Klinger Luiz de
Oliveira Souza, vereador petista
de Santo André, por fraude em
concorrência pública, formação
de quadrilha, falsidade ideológica
e peculato (desvio de dinheiro).
Além de Klinger, secretário
afastado de Serviços Municipais,
foram denunciadas (acusadas
formalmente à Justiça) outras 12
pessoas, todas ligadas direta ou
indiretamente à Prefeitura de
Santo André.
A lista inclui Sérgio Gomes da
Silva, que estava no carro com o
prefeito Celso Daniel (PT), assassinado em janeiro, no momento
do sequestro. Apesar de não ocupar cargo na prefeitura, ele é descrito na ação como uma "eminência parda da quadrilha".
A principal acusação que pesa
contra eles é a de terem fraudado
25 licitações para favorecer a empresa de construção civil Projeção, que, segundo a Promotoria,
pertence a Ronan Maria Pinto
-ele fundou a empresa, que hoje
está em nome de seu ex-funcionário Humberto Tarcísio de Castro.
Os dois foram denunciados.
Os 25 contratos, firmados com a
Projeção a partir de novembro de
1997, custaram ao município de
Santo André R$ 17,1 milhões.
Em três deles, a empresa não
apresentou o menor valor na disputa. Mesmo assim, segundo a
Promotoria, Rosana de Senna,
então presidente da Comissão de
Licitações, atuou para desclassificar a vencedora.
Um procedimento anotado como "típico" na ação criminal foram os aditamentos -inclusão
de serviços e de preços não combinados no início da contratação,
o que é vedado pela lei 8.666, que
dispõe sobre licitações.
Esses aditamentos, feitos, segundo os promotores, sem justificativa legal, representaram cerca
de 32% do total que a Projeção recebeu da prefeitura. Os promotores pediram a quebra do sigilo
bancário da empresa.
Por suposta fraude nas licitações foram denunciados ainda os
servidores: Enio Nunes, Solange
Boligian, Cleide Madeira, Marcelo
Nunes, Gilberto de Lima, Nicolau
Cilurzo Júnior e Marcos Bicalho.
Eles são acusados de, em algum
momento do trâmite burocrático,
terem emitido pareceres favoráveis. Antes de a Justiça receber a
denúncia, todos os citados terão
um prazo para apresentar uma
defesa prévia por escrito ao juiz.
Outros crimes
Por crime de formação de quadrilha, foram denunciados Klinger, Sérgio Gomes, Ronan, Humberto e Rosana -os quatro primeiros já haviam sido denunciados, em junho, por suposta extorsão de empresários do setor de
transporte público da cidade. O
caso está na Justiça.
Segundo a ação, Klinger, Sérgio
Gomes e Ronan são os "mentores
intelectuais dos crimes".
Por peculato, os alvos foram
Klinger, Ronan e Humberto. Eles
são acusados de desviar do erário
municipal R$ 202,8 mil a favor da
Projeção, por meio de notas de
empenho, sem aditamento.
No crime de falsidade ideológica, além de Klinger e de Humberto, foram elencados Enio Nunes e
Antonio de Castro.
Segundo a Promotoria, Klinger
e Enio forneceram dados falsos
para favorecer a Projeção, e Humberto e Antonio mentiram em relação ao endereço da empresa.
Além dos 25 contratos, que são
alvo da ação, a Promotoria encaminhou outros seis, firmados pelo atual prefeito João Avamileno
(PT), à Procuradoria Geral de Justiça que tem atribuição para investigar prefeitos.
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