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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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CUCO

Depois de perder hora, petistas recebem relógio de deputado tucano

Após cochilo, PT ganha despertador

Sergio Lima/Folha Imagem
Deputados governistas ganham um despertador durante discussão da reforma tributária


RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Passada a irritação inicial governista com a frustrada tentativa de votar anteontem o relatório da reforma tributária, deputados petistas e da oposição se divertiam ontem com o fato de um governo do PT ter tropeçado na prática de obstrução legislativa, recurso que o partido sempre usou quando esteve na oposição. Por causa do "cochilo" anteontem, os governistas ganharam até um despertador.
Na sessão de ontem circulou entre os deputados um documento de cinco páginas intitulado "Guia Prático da Obstrução", redigido em dez tópicos pela liderança petista na Câmara em novembro de 97, terceiro ano do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.
O texto recomenda aos partidos minoritários que queiram protelar votações uma série de "táticas", como exigir a leitura da ata da reunião anterior, apresentar requerimentos de adiamento, espichar discursos e levantar questões de ordem.
"Trata-se de um recurso regimental que devemos usar fartamente", afirma o texto. PFL e PSDB utilizam-se atualmente de várias das manobras listadas no documento. Um exemplo: chegaram antes dos governistas anteontem e ocuparam todas as vagas para discursar contra e a favor da reforma. "Devemos nos inscrever antes deles", prega o texto petista de 1997.
"Eu só quero saber quem foi que vazou isso para o PFL", perguntava, entre gargalhadas, o deputado Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo.
A reunião não chegou a ser realizada porque a oposição não assinou o livro de registro de presença e, na hora regimental prevista para abertura dos trabalhos, 9h30, descobriu-se que só 15 governistas haviam assinado (a comissão possui 38 integrantes). Faltaram quatro para chegar ao quórum mínimo.
O governo havia perdido a hora. Em decorrência disso, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) levou para a sessão de ontem um despertador.
"Hoje eu aderi ao horário petista", afirmou o deputado tucano ao chegar, quase na hora de início da sessão, às 10h.


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