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"Não cederemos mais", diz ACM
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O senador Antonio Carlos Magalhães, 75, disse ontem em Salvador que o PFL vai endurecer com
o governo se o projeto da reforma
tributária que tramita no Congresso não for modificado.
"Vamos endurecer e não cederemos mais ao governo. Não podemos votar a reforma tributária
e até, talvez, a previdenciária, se o
governo não disser como vai tratar Estados e prefeituras, que estão falidas", disse o senador baiano, que participou de um almoço
com o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), o governador
Paulo Souto (PFL) e dirigentes do
setor imobiliário.
Ainda ontem, depois de fechar
um acordo com os partidos da
oposição, o governo conseguiu
aprovar o relatório do deputado
Virgílio Guimarães (PT-MG) na
comissão especial da Câmara.
De acordo com ACM, o PT quer
somente aumentar a arrecadação
do governo com a reforma tributária. "O PT, como administra
poucos municípios e poucos Estados, quer todo o caixa para a
União", afirmou o senador.
Paulo Souto disse que vai recomendar à bancada baiana que vote contra o projeto da reforma tributária proposto pelo governo.
"Se o projeto não sofrer alterações, voto contra. Eu não posso
votar em uma coisa que vai afetar
o destino do Estado", afirmou o
governador baiano.
Antes do almoço, Antonio Carlos Magalhães, que controla os
votos de 23 dos 39 deputados federais do Estado, recomendou à
bancada baiana que tome uma
"posição enérgica" em relação ao
tratamento dado pelo governo federal à reforma tributária. Os três
senadores baianos (incluindo
ACM) também são do PFL.
"Se os partidários do presidente
Lula não têm interesse [na reforma tributária], nós temos. Não
vão nos comprar apenas com recursos para o metrô. A reforma é
negativa em relação aos interesses
baianos. Temos de exigir tratamento adequado, pois a Bahia está acima dos interesses políticos",
acrescentou ACM.
O ministro Ciro Gomes disse
que considera legítima as reivindicações dos governadores.
"O presidente Lula também
acha isso. Por essa razão, ele [o
presidente] está procedendo com
muita habilidade, ouvindo e ponderando com os 27 governadores", informou o ministro.
Segundo Ciro Gomes, a reforma
tributária é "uma questão delicada, uma situação dramaticamente
complexa". "Temos um país em
que 42% da produção industrial
está concentrada em um único
Estado [São Paulo] e os outros
40% em mais três [Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Paraná]. Por outro lado, alguns Estados são exportadores, mesmo localizados
em regiões pobres", disse.
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