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BRASIL PROFUNDO
Censo Escolar vai pesquisar nš de alunos que usam sistema
Estudo aponta 2,3 mi sem transporte na área rural
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Estudo do Geipot (Empresa
Brasileira de Planejamento de
Transporte), órgão de pesquisa e
planejamento do Ministério dos
Transportes, em liquidação, estima que 2,3 milhões de crianças e
adolescentes da área rural carecem de transporte escolar. Esse é
o único levantamento existente
na área e tomado como referência
por outras instituições.
O número corresponde a 36%
dos alunos matriculados no ensino fundamental em escolas públicas na zona rural, de acordo com
o Censo Escolar 2001.
Essa porcentagem, porém, não
contempla os alunos matriculados nas zonas urbanas, que têm
mais necessidade do serviço.
Este ano, pela primeira vez, o
Censo Escolar está fazendo um levantamento sobre o número de
alunos que utilizam transporte
público escolar. Esse número vai
permitir que sejam traçadas políticas públicas para o setor.
Demanda
De acordo com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de
Educação), grandes distâncias entre os locais de residência e os estabelecimentos de ensino, baixa
densidade demográfica na zona
rural e políticas de racionalização
gerencial da rede escolar estão entre as causas da grande demanda
por esse tipo de transporte.
Projeto de lei em tramitação na
Câmara dos Deputados visa criar
uma política de financiamento
para o setor. O texto original estabelecia que a responsabilidade
pelo transporte escolar na zona
rural seria dos Estados e municípios. Emenda do Senado aprovada pela Câmara, no entanto, incluiu a competência da União no
financiamento do transporte escolar
"Hoje os municípios também
transportam os alunos da rede estadual. As prefeituras estão pleiteando que haja uma contribuição financeira dos Estados", disse
o relator do projeto na Câmara,
Flávio Arns (PT).
"Em alguns lugares há acordo
entre Estado e municípios para o
custeio do transporte rural escolar. Em outros casos, isso não
existe. Por isso está sendo discutido o projeto de lei", afirmou Vital
Didonet, consultor do Consed.
Para o engenheiro Theodoro
Lustosa, que estudou o assunto
durante oito anos no Geipot, se
não houver a contribuição nos
três níveis de governo, incluindo a
União, o problema não será resolvido.
A proposta de Lustosa é que sejam estabelecidas cotas para o financiamento. "Algumas simulações indicam que os pisos mínimos de investimento dos municípios ficariam entre 3% e 4% até um máximo de 5% a 7% das receitas totais. Para os Estados o piso ficaria em torno de 0,4% até um teto de 0,8%. A complementação da União ficaria entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões por ano", afirmou o engenheiro.
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