São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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Convocação será o 1º teste

RUI NOGUEIRA
Secretário de Redação da Sucursal de Brasília

A reabertura do Congresso, na convocação extraordinária que começa no próximo dia 5 de janeiro, vai se transformar no primeiro grande teste pós-crise Ministério da Defesa-Comando da Aeronáutica. Alguns líderes vão pedir que o ministro Elcio Alvares deixe a pasta da Defesa.
Elcio Alvares vai voltar ao ministério mais enfraquecido do que já está -sem poder, como pretendia, trazer de volta ao seu gabinete a assessora especial Solange Antunes Resende.
Mesmo que as suspeitas da CPI do Narcotráfico sobre a assessora não se confirmem, a Folha apurou que o Planalto já vetou o retorno dela à função. A CPI investiga um suposto relacionamento dela, como advogada, com pessoas do crime organizado no Espírito Santo.
"Lamento a franqueza, mas vou pedir a cabeça do ministro Elcio Alvares", disse o líder do PPS na Câmara e membro da Comissão de Defesa Nacional, João Herrmann (SP). "O ministro ficou fraco nas duas pontas, com o seu chefe, o Fernando Henrique, e com os seus subordinados, os militares", acrescenta José Genoino, líder do PT.
Genoino e Herrmann são interlocutores assíduos do Congresso nas questões envolvendo problemas militares e assuntos de defesa nacional. Na opinião de Genoino, "é ruim o ministro Elcio continuar porque é inaceitável um ministro da Defesa em estado de sobrevida".
Para Herrmann, a situação atual do ministro da Defesa "enfraquece a democracia" e coloca o ministério "em permanente estado de transição".
Genoino divide a responsabilidade pela situação na Defesa entre FHC e o próprio ministro. "A escolha de Elcio não atendeu à expectativa dos militares. FHC conseguiu superar as resistências dos militares à Defesa, mas criou o ministério sem ter definido uma política de defesa."
A situação, segundo os deputados, não permite a integração das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica). "Na prática", disse o líder do PT, "cada Força continua a puxar para o seu lado e todas mantêm o corporativismo dos antigos ministérios".


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