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ANISTIA ELEITORAL
Senador afirma que não tem de comunicar a FHC qual decisão os parlamentares tomarão sobre veto
Congresso cumprirá seu dever, diz ACM
da Agência Folha, em Salvador
e da Reportagem Local
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) reagiu ontem à
decisão do presidente Fernando
Henrique Cardoso, que vetou o
projeto que anistiava as multas
aplicadas pela Justiça Eleitoral nas
eleições de 96 e 98.
"Não temos nenhum interesse
de retaliar, mas cumpriremos o
nosso dever no Congresso. O presidente Fernando Henrique tem
independência para agir como
quer, mas, assim como não me
comunicou sobre o veto, não tenho de comunicar nenhuma decisão do Congresso a ele", disse.
De autoria do Congresso, o projeto vetado por FHC beneficiava
pelo menos dez governadores e
mais de cem parlamentares. A
proposta havia sido aprovada pelo Congresso no último dia 7.
Durante visita às obras da nova
montadora da Ford, em Camaçari (região metropolitana de Salvador), o presidente do Senado
também comentou as últimas
pesquisas sobre o governo FHC.
"A popularidade do presidente
tende a melhorar porque já chegou ao fundo do poço."
Convocação extraordinária
O veto ao projeto que perdoa
multas eleitorais não deverá ser
votado pelo Congresso durante o
período de convocação extraordinária, que vai de 5 de janeiro a 14
de fevereiro. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
disse ontem que não pretende incluir o veto na pauta de votações
desse período.
"Não estou disposto, neste momento, a incluir (o veto) na pauta
da convocação. Eu acho que tem
de ficar para o período normal
(que se inicia em 15 de fevereiro)."
Embora o Congresso tenha sido
convocado por FHC, os presidentes da Câmara e do Senado podem incluir projetos na pauta de
votação. Os acréscimos dependem das assinaturas dos dois presidentes.
Temer disse ontem que ainda
não havia conversado com ACM
sobre o veto. "Por mim, o veto
não entrará na convocação."
A Folha apurou que o Congresso não tem pressa para examinar
o veto. A tendência é deixá-lo para o fim da fila, o que significa dizer que a votação pode demorar
vários meses. Há hoje no Congresso quatro vetos presidenciais
para serem votados em sessão
conjunta da Câmara e do Senado.
Setores do governo temem uma
reação negativa do Congresso ao
veto presidencial, o que poderia
complicar a votação de projetos
de interesse do governo na convocação extraordinária, como o
Orçamento do ano que vem, o
Plano Plurianual de investimentos e, principalmente, a emenda
constitucional que dá mais liberdade aos gastos públicos.
Reação maior é esperada no Senado. Na bancada de senadores
fiéis ao governo, há vários possíveis beneficiados pelo perdão das
multas eleitorais.
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