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TRANSIÇÃO
Futuro ministério se reúne pela primeira vez na sexta, quando serão entregues relatórios da equipe de transição
Lula conclui hoje equipe dominada pelo PT
KENNEDY ALENCAR
GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, pretende anunciar
hoje às 16h os nomes que faltam
para compor todo o seu ministério, que será dominado por petistas. Lula já marcou sua primeira reunião ministerial: sexta-feira,
dia 27, em Brasília.
Nesse dia, dará aos ministros os
relatórios setoriais preparados
pela equipe de transição para que
sejam finalizadas as primeiras
medidas do novo governo.
A equipe deverá ter 13 ministros
do PT, a metade exata se se confirmar o organograma que prevê 26
pastas. Os ministros de partidos
aliados deverão ser sete, incluído
nessa cota o cantor Gilberto Gil
(PV), futuro ministro da Cultura.
A equipe deverá ter também dois
empresários, dois diplomatas e
um advogado amigo de Lula. O
presidente eleito deverá ter um
general no Gabinete de Segurança
Institucional.
Acertos finais
Lula passou o fim de semana
aparando arestas no PT e entre os
aliados. Exemplo: a esquerda petista deverá ter o vice-governador
do Rio Grande do Sul, Miguel
Rosseto, no Desenvolvimento
Agrário. Cotado para o posto, o
economista e assessor de Lula José Graziano deverá coordenar o
Fome Zero, principal programa
social do novo governo.
O presidente eleito marcou um
encontro hoje, provavelmente em
Brasília, com Ciro Gomes, presidenciável do PPS que perdeu a
eleição. Ciro deverá ocupar a Integração Nacional, apesar de não
estar totalmente descartada a ida
para a Previdência.
Era possível Ciro na Previdência
para deixar um petista na Integração Nacional e negociar a pasta
com o PMDB caso a ala lulista do
partido consiga tomar o comando
da legenda dos serristas mais à
frente. Ou seja, Lula teria um ministro-tampão para futura composição política, pois rejeitou negociar com a ala serrista do
PMDB, grupo que hoje domina a
cúpula do partido.
O PPS, porém, prefere a Integração Nacional e está disposto a
fincar o pé por ela. Já Ciro aceita
qualquer uma das duas. Lula e ele
estão em fase de lua-de-mel.
Sete aliados
Além de Ciro, Lula terá mais seis
ministros de partidos aliados. Decidiu nomear para Esportes, que
será desmembrada de Turismo, o
deputado federal Agnelo Queiroz
(PC do B-DF).
Lula preferia Aldo Rebelo (PC
do B-SP), mas este optou por ser
líder do governo na Câmara. O líder do governo no Congresso deverá ser o deputado federal João
Herrmann (PPS-SP).
A segunda opção de Lula para a
pasta de Esportes era Nádia Campeão, secretária de Esportes da
Prefeitura de São Paulo, mas a
prefeita Marta Suplicy não deu
garantia ao PC do B de que o partido manteria a vaga. Assim, os
comunistas bancaram Agnelo,
aceito por Lula.
Na cota aliada, Roberto Amaral,
dirigente do PSB, será ministro da
Ciência e Tecnologia. O deputado
federal Miro Teixeira (PDT-RJ),
ministro das Comunicações. O
deputado federal eleito Anderson
Adauto (PL-MG), ministro dos
Transportes. E o deputado federal
Walfrido Mares Guia (PTB-MG),
ministro do Turismo.
Apesar do levante na área cultural petista, Lula confirmou o convite para o cantor Gilberto Gil ser
o ministro da Cultura. Filiado ao
PV, ele também é contabilizado
pela cota partidária, apesar de essa característica não ter sido a determinante para sua escolha.
No sábado à noite, Lula bateu o
martelo sobre a Cultura, apesar de
não ter gostado de Gil ter dito sim
via imprensa depois de ter recebido críticas de petistas.
Outros ministros
O governador do Rio Grande do
Sul, Olívio Dutra (PT), era nome
dado como certo para o futuro
Ministério das Cidades. Bem como o do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) para a Previdência, caso Ciro fique na Integração Nacional.
O embaixador do Brasil em
Moscou, José Viegas, será o ministro da Defesa. O ex-deputado
Luiz Gushiken comandará a Secretaria de Comunicação Social e
o secretário-geral do PT, Luiz
Dulci, a Secretaria Geral da Presidência. O senador José Eduardo
Dutra (PT-SE) deverá presidir a
Petrobras.
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