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Resultado fraco põe lideranças em xeque
Eles ganharam espaço nas bancadas após escândalos do mensalão e dos sanguessugas e saíram das urnas revigorados
Já na sua 1ª missão, ministro José Múcio não conseguiu aprovar a CPMF no Senado; "vitória ou a derrota é do país", afirma Romero Jucá
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fraco desempenho do governo no Congresso põe em xeque as novas lideranças na base
aliada que ganharam espaço
nas bancadas após escândalos
como o do mensalão e dos sanguessugas e saíram das urnas
revigorados, especialmente na
Câmara dos Deputados.
Da Câmara, saiu o novo coordenador político do governo do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. É o ministro José Múcio
Monteiro (Relações Institucionais), que, logo em sua primeira
missão, não conseguiu juntar
49 votos para prorrogar a
CPMF no Senado. Terminou o
ano derrotado, ao lado do líder
do governo na Casa, Romero
Jucá (PMDB-RR).
"O governo não tem 49 votos
firmes no Senado. A vitória ou a
derrota não é minha, é do país",
afirma Jucá.
Múcio substituiu Walfrido
dos Mares Guia, que deixou o
cargo chamuscado pelas denúncias de participar do valerioduto tucano.
Senado
No Senado, o governo ainda
assistiu a uma rebelião na bancada do PMDB (a maior da Casa, com 20 cadeiras), que derrubou a criação da Secretaria
de Planejamento de Longo Prazo, destinada a Roberto Mangabeira Unger. Os peemedebistas,
que mais tarde passaram a ser
chamados de "franciscanos",
queriam cargos e blindagem do
Planalto ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
A nova safra de articuladores
na Câmara dos Deputados não
conseguiu dar andamento a
prioridades do governo nem
grandes projetos, como as reformas tributária e política e o
pacote de segurança pública.
Além disso, uma das críticas
dos líderes governistas pelo revés da CPMF no Senado é que a
tramitação da emenda constitucional na Câmara foi lenta, o
que apertou os prazos. O chamado imposto do cheque só foi
votada em segundo turno pelos
deputados em 8 de outubro.
Os líderes admitem o mau
desempenho, mas transferem a
culpa para o Executivo com o
argumento do excesso de medidas provisórias enviadas ao Legislativo.
"O grande fluxo de medidas
dificultou o andamento da produtividade. Para o ano que vem,
temos que trabalhar para o governo enviar MPs apenas realmente urgentes", disse o líder
do PR, Luciano Castro (RR).
Apesar de reconhecerem erros, os líderes aliados argumentam, no entanto, que a Câmara
não pode ser tratada como "fábrica de produção em massa".
"Não temos que competir com
anos anteriores. A Câmara não
é uma fábrica que tem que produzir sem parar", disse Jovair
Arantes (GO), líder do PTB.
(MARIA CLARA CABRAL E SILVIO NAVARRO)
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