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Ministro do STJ diz que nada mudou
Arnaldo Esteves Lima afirma que liminar que favorece Dantas é "decisão rotineira"
Lima diz que processo está suspenso por "curto período" e que o julgamento da suspeição do juiz De Sanctis só vai ocorrer em fevereiro
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro do STJ Arnaldo
Esteves Lima, cuja liminar suspendeu a Satiagraha, diz que a
decisão é provisória e que não
altera em "nada" o processo.
FOLHA - O ministro Tarso Genro diz
que a decisão reforça o senso de que
os poderosos são inatingíveis.
ARNALDO ESTEVES LIMA - Por enquanto não tem nada julgado. O
julgamento do habeas corpus
só vai ocorrer em fevereiro.
FOLHA - O processo será anulado?
LIMA - A gente [os juízes] não
pode falar de processo em andamento. De qualquer forma,
por enquanto não teve nada.
Essa decisão, que eu achei que
fosse uma decisão rotineira,
que a gente profere aí quase
que cotidianamente, não teve
nenhum conteúdo decisório.
Ela apenas suspende o andamento do processo por um curto período, praticamente o recesso de dezembro e janeiro e
alguns dias de fevereiro, quando será julgado o habeas corpus. Foi uma decisão essencialmente cautelar, só isso.
FOLHA - Mas por que decidir agora,
e não esperar pelo julgamento?
LIMA - Eu podia esperar, não
teria problema nenhum. Mas
como há várias alegações [no
pedido dos advogados], eu lhe
digo com toda a franqueza: não
tive tempo de preparar o processo para levar a julgamento.
Estavam vindo as férias e avaliei: vou suspender o processo
até julgar. Não vai trazer transtorno porque é um período curto. Não altera nada [no processo]. Nada, nada, nada.
FOLHA - Os advogados de Dantas
acham que o senhor viu plausibilidade em relação à suspeição do juiz.
LIMA - Isso é mera especulação. Não tem nenhum juízo de
valor na decisão. Até porque o
julgamento, em fevereiro, será
feito por um colegiado [os ministros da 5ª Turma do STJ].
Eu mesmo ainda vou estudar o
processo, a verdade é essa.
FOLHA - O senhor já deu decisões
contrárias ao banco.
LIMA - Várias.
FOLHA - E o que se diz é: por que
agora ele deu a favor?
LIMA - Processo é assim mesmo. Quem vive o dia a dia da
Justiça sabe que a rotina é essa,
sobretudo na fase que a gente
chama de cautelar. Francamente, fiquei surpreendido
com a repercussão. Porque, a
rigor, não teve decisão de nada.
FOLHA - Não tem nada a ver com
Dantas ser rico e poderoso?
LIMA - Absolutamente. É claro
que não.
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