São Paulo, terça, 24 de fevereiro de 1998

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MLST aposta na sua organização política

da Reportagem Local

Agrimensor e ex-dirigente sindical bancário em Itaperuna (RJ), Paulo Faria é atualmente um dos 18 coordenadores nacionais do MLST. Com poucas frases ele define com clareza o perfil do novo rival do MST: o esforço de um grupo político urbano, a corrente petista Brasil Socialista, para dar linha ideológica e estrutura nacional a movimentos isolados de trabalhadores sem terra.
"Nosso forte não é a arregimentação de um grande número de pessoas, como faz o MST. Acreditamos que a simples mobilização das famílias não leva a bons resultados. Antes de qualquer ação, como invasão de terra, fazemos um persistente trabalho de organização e formação política de trabalhadores rurais e desempregados das pequenas e médias cidades."
Segundo Faria, o MLST está organizado em nove Estados, tendo atuação mais destacada na Bahia, no Triângulo Mineiro, onde fez duas invasões em 98 e mantém escritório, no Rio Grande do Norte e no Maranhão.
No Triângulo Mineiro, o MLST se estabeleceu graças à adesão de João Batista Fonseca, líder camponês originário da Animação Pastoral Rural, um movimento ligado à Igreja Católica que já em 1986 invadiu uma fazenda no município de Iturama.
O grande articulador político do MLST, no entanto, está longe do palco dos conflitos agrários. É Bruno Maranhão, ex-dirigente municipal do PT de São Paulo, que está desde outubro participando, em Paris, das comemorações dos 150 anos do lançamento do Manifesto Comunista.
Maranhão é de uma família de latifundiários de Pernambuco, mas militou na esquerda. Foi um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.



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