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MLST aposta na sua organização política
da Reportagem Local
Agrimensor e ex-dirigente sindical bancário em Itaperuna (RJ),
Paulo Faria é atualmente um dos
18 coordenadores nacionais do
MLST. Com poucas frases ele define com clareza o perfil do novo rival do MST: o esforço de um grupo
político urbano, a corrente petista
Brasil Socialista, para dar linha
ideológica e estrutura nacional a
movimentos isolados de trabalhadores sem terra.
"Nosso forte não é a arregimentação de um grande número de
pessoas, como faz o MST. Acreditamos que a simples mobilização
das famílias não leva a bons resultados. Antes de qualquer ação, como invasão de terra, fazemos um
persistente trabalho de organização e formação política de trabalhadores rurais e desempregados
das pequenas e médias cidades."
Segundo Faria, o MLST está organizado em nove Estados, tendo
atuação mais destacada na Bahia,
no Triângulo Mineiro, onde fez
duas invasões em 98 e mantém escritório, no Rio Grande do Norte e
no Maranhão.
No Triângulo Mineiro, o MLST
se estabeleceu graças à adesão de
João Batista Fonseca, líder camponês originário da Animação Pastoral Rural, um movimento ligado
à Igreja Católica que já em 1986 invadiu uma fazenda no município
de Iturama.
O grande articulador político do
MLST, no entanto, está longe do
palco dos conflitos agrários. É
Bruno Maranhão, ex-dirigente
municipal do PT de São Paulo,
que está desde outubro participando, em Paris, das comemorações dos 150 anos do lançamento
do Manifesto Comunista.
Maranhão é de uma família de
latifundiários de Pernambuco,
mas militou na esquerda. Foi um
dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.
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