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CPI não pedirá que Gushiken seja indiciado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado, o relator da CPI
dos Correios, deputado Osmar
Serraglio (PMDB-PR), deve desistir de pedir o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), assim como
está retirando outros pontos do
relatório final para amenizá-lo,
tornando-o mais "técnico".
Desde a noite de anteontem foram feitas três reuniões de cúpula
da CPI e está marcada uma outra
para hoje, todas para ler o documento e acertar pontos a serem
suprimidos ou modificados.
Embora esteja cedendo a alguns
apelos, o relator tentou mostrar-se publicamente irritado ontem
com as pressões sofridas. Ele chegou com mais de uma hora de
atraso a uma reunião na manhã
de ontem com o presidente da
CPI, senador Delcídio Amaral
(PT-MS) e os sub-relatores. E foi o
primeiro a deixar o local.
"Eu tenho que trabalhar, não dá
para ficar em reunião", reclamou.
Em seguida, ligou para um assessor e comentou a absolvição dos
deputados Wanderval dos Santos
(PL-SP) e João Magno (PT-MG):
"Só dá pizza". Serraglio pretende
pedir no relatório o indiciamento
dos deputados acusados de envolvimento com o "mensalão" por
crimes como sonegação fiscal e
crime eleitoral.
Serraglio recuou ontem do pedido de indiciamento de Gushiken. Na semana passada ele recebeu um telefonema do ministro
Waldir Pires (Controladoria Geral da União), no qual foi solicitado que a CPI reconsiderasse a intenção de pedir o indiciamento.
Isso porque Serraglio estava utilizando um relatório da CGU para
sustentar o pedido de indiciamento. A primeira versão do documento divulgada pela Controladoria apontava supostas irregularidades nos contratos de publicidade de estatais, supervisionados pela Secom. O texto foi refeito
e amenizado depois que Gushiken atacou Pires e reclamou de
não ter sido ouvido para apresentar sua versão dos fatos.
"Se eu me baseio em uma coisa
que já não existe [relatório da
CGU], vão dizer que eu estou desatualizado", disse o relator.
Assim, a participação de Gushiken no relatório final deve se resumir ao pedido de investigação ao
Ministério Público feito pela sub-relatoria de fundos de pensão.
Dirceu
O ex- deputado José Dirceu
(PT-SP) entrou ontem com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) na tentativa de restabelecer o seu mandato, cassado pela Câmara em 30
de novembro de 2005.
O advogado dele, José Luís de
Oliveira Lima, afirma que, no processo disciplinar que resultou na
sua cassação, a Câmara violou direitos fundamentais do cidadão
consagrados pela Constituição,
particularmente a ampla defesa e
o devido processo legal.
O mandado de segurança não
contém pedido de liminar. Dirceu
quer que, no mérito, o STF declare nula a sessão de julgamento de
seu processo no plenário da Câmara, autorize o seu retorno ao
exercício do mandato e determine a remessa de novo parecer para
o Conselho de Ética, para nova
votação.
(FERNANDA KRAKOVICS e SILVANA DE FREITAS)
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