São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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SÃO PAULO

PSB já é sondado para vice de Serra

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

Nem sequer foi anunciada a candidatura, já começa a corrida pela vice na chapa do tucano José Serra ao governo do Estado. Embora Serra se declare indeciso, potenciais aliados discutem a indicação e um dos nomes cotados surpreende pela origem: o PSB, companhia histórica do PT.
Segundo aliados de Serra e do governador Geraldo Alckmin, o prefeito de São Bernardo, Willian Dib, já foi até sondado sobre a hipótese de deixar o cargo para concorrer. Além de sinalizar com um passo à esquerda, a escolha atrairia votos no ABC, berço do PT.
Em 2004, Dib foi reeleito em primeiro turno, com 77% dos votos, derrotando o PT no domicílio eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana que vem, o prefeito deve se encontrar com Serra.
Ainda que não seja escolhido, ele estará no palanque de Alckmin para a disputa pela Presidência. Sua presença na campanha do PSDB fragilizará a base de sustentação de Lula. Com a verticalização, o PSB deverá ficar de fora da chapa de Lula para ter liberdade de composição nos Estados.
Além de Dib, outros dois nomes têm sido citados para a vaga de vice de Serra: o do presidente do PMDB, Michel Temer, e o do líder do PTB, Campos Machado.
As apostas partem da premissa de que, saciado com a Prefeitura de São Paulo, a presidência da Assembléia Legislativa e os últimos meses do governo estadual, o PFL abriria mão da vaga de vice-governador e do Senado.
Assim poderia negociar com o PMDB e outros partidos. Mas o PFL resiste. No partido, o preferido de Serra é o secretário municipal de Educação, José Aristodemo Pinotti. No próprio PSDB, a deputada Zulaiê Cobra reagiu à idéia de composição com o ex-governador Orestes Quércia.
O PSDB conclui hoje a "romaria" ao gabinete de Serra, desta vez com o "apelo" de deputados federais tucanos por sua candidatura ao governo do Estado.
Ontem, deputados estaduais tucanos estiveram na prefeitura para reforçar os pedidos por sua candidatura. Dos 22 deputados, seis foram ao evento, de caráter partidário, com carros oficiais. Questionado sobre o fato, o líder da bancada, Ricardo Tripoli, negou-se a tratar do assunto.
Em evento público no início da tarde de ontem, o prefeito paulistano recusou-se a falar sobre sua eventual candidatura.
Serra contestou a informação, publicada ontem pela Folha, de que teria discutido uma aliança com o pedetista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. E arrematou com a seguinte frase: "Não significa que eu esteja dizendo nem aquilo [a conversa com Paulinho] nem o contrário. Só para ficar claro".


Colaborou CONRADO CORSALETTE, da Reportagem Local

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