São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

"Soft power" com armas

Com a pergunta "O que um país como o Brasil quer com 36 novos caças, 5 submarinos, 50 helicópteros, uma série de novos mísseis e tanques, além de um equipamento de radar de última geração?", Robin Lustig, correspondente da BBC original, iniciou longa reportagem veiculada ontem.
Em foco, o país que "flexiona músculos regionais" e "gosta de pensar em si mesmo como o lugar ideal para mostrar ao mundo os benefícios do poder brando" ou "soft power". No dizer do chanceler Celso Amorim, é "a fé no diálogo e não na força". Também ouvido, o chefe do treinamento para operações de paz, coronel Pedro de Pessoa, defende que também é necessário "hard power", capacidade de força.

 

Por outro lado, o "Valor" publicou que, apesar das especulações, "Lula rejeita concorrer à ONU", como "garantem seus principais interlocutores".

news.bbc.co.uk
Segundo o coronel Pessoa, "é bom que as pessoas o achem bondoso, mas elas precisam saber que é capaz de ser mau"



FIEL DEPOSITÁRIO
Vanderlei Almeida/news.yahoo.com
Yukiya Amano, da AIEA, com Amorim
O chanceler brasileiro se encontrou ontem com o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica e, no topo das buscas pelo Yahoo News, com agências, "Brasil conclama a comunidade internacional a negociar com o Irã, em vez de aplicar sanções". Por aqui, na submanchete da Reuters Brasil, "Amorim propõe fiel depositário para urânio do Irã, mas descarta o Brasil". E do Valor Online, "Para Amorim, há espaço para diálogo com o Irã".

A PRESSÃO CONTINUA
Também no alto das buscas, um enviado da chancelaria britânica chamou repórteres em São Paulo para adiantar a "mensagem muito direta" que deve levar a Brasília -de que "o momento é crucial" para o Brasil "demonstrar que está pronto para o Conselho de Segurança". Se o país apoiar as sanções ao Irã, "o resto do mundo vai notar".

O QUE VAI ACONTECER
Já a Reuters entrevistou um "especialista em sanções" e ex-funcionário do Tesouro dos EUA, que analisou e deu seu prognóstico:
"A pressão é para tirar as grandes empresas do Irã e para trazer a China a bordo de uma resolução da ONU. O que vai acabar acontecendo é que a China, o Líbano e o Brasil vão se abster."



OBAMA, ISRAEL E IRÃ

Obama e Binyamin Netanyahu se encontraram, mas foi "a portas fechadas", destacou o site do "USA Today", em reunião "inusitadamente discreta", sublinhou a MSNBC. Israel não aceita parar os assentamentos.
Por outro lado, no final de semana o mesmo Obama enviou novo vídeo ao governo de Teerã, dizendo estar "trabalhando com a comunidade internacional" para que o país "cumpra com suas obrigações internacionais. Mas a nossa oferta de diálogo continua".



GUERRAS COMERCIAIS

O "New York Times" publicou artigo de um ex-membro do governo Reagan, defendendo que os EUA abandonem as negociações da Rodada Doha:
"O mundo mudou. A ideia de que deveríamos ajustar as normas de comércio global para ajudar o resto do mundo a competir com o Ocidente ficou datada... O presidente deve buscar uma nova agenda, apropriada a um mundo em que os países ocidentais perdem terreno enquanto países "em desenvolvimento" como China, Brasil e Índia estão se movimentando".
No estatal "China Daily", por outro lado, "Economistas brasileiros dizem que a China deve manter taxa estável do yuan" e "não ceder à pressão externa".



GOOGLE & POLÍTICA

O "China Daily" destacou, sobre a decisão do Google de tirar as buscas do país, que "o caso não afeta as relações China-EUA "a menos que alguém politize a questão", diz o porta-voz do ministério do exterior".
Fim do dia e o porta-voz do Departamento de Estado, via agências, declarou que "foi uma decisão de negócios do Google", porém: "Dito isso, eu penso que se eu fosse a China, eu consideraria seriamente as implicações, quando uma das instituições mais reconhecidas do mundo decide que é muito difícil fazer negócios na China."

Evaristo Sá/news.yahoo.com
PIADA
Em meio ao noticiário sobre o Google na China, ecoou mundo afora que um juiz de Rondônia multou o "gigante da internet" por permitir "piadas sujas" no Orkut



Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


Texto Anterior: PR investiga Assembleia por ato secreto
Próximo Texto: Senado paga R$ 8 mi a clínicas de servidores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.