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Inpe contesta declarações de ministro
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
COLABORAÇÃO PARA
A FOLHA, NO RIO
O diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilberto Câmara,
disse ontem que não será feita divulgação de novos números do desmatamento na
próxima segunda-feira, conforme havia declarado o ministro Carlos Minc (Meio
Ambiente). Câmara disse
ainda que não partiu do órgão a informação, também
dada por Minc, sobre um aumento de 60% das derrubadas em Mato Grosso.
"Segunda-feira agora, o Inpe vai divulgar uma nova estatística de desmatamento
de terra. (...) Vai ser um dado
ruim, vai ser um dado de aumento. E, para variar, mais
de 60% em qual Estado?
Quem sabe? Mato Grosso",
disse Minc, em entrevista.
"Não foi o Inpe", disse Câmara à Folha. Segundo o diretor, a divulgação dos dados
foi cancelada por necessidade de "revisão" dos números
e pelo momento de tensão
vivido desde a saída de Marina Silva. Câmara lembrou
que Minc tomará posse só na
terça e precisa de tempo para "entender a situação".
Sobre contestações de Mato Grosso -que diz ter identificado erro de 90% nos números do Inpe relativos ao
último trimestre de 2007-,
Câmara disse ter conversado
com o secretário de Meio
Ambiente do Estado, Luís
Henrique Daldegan. "Disse
que nosso objetivo não é ficar brigando com MT."
Daldegan confirmou o
contato com o diretor do Inpe e disse que Minc, em outro telefonema, havia lhe relatado o recuo em relação ao
anúncio da próxima semana.
Carlos Minc negou ontem
que os dados do Inpe sobre o
desmatamento na Amazônia
estejam sob revisão. "Estão
simplesmente formatando
alguns mapas regionais."
Ele voltou a dizer que Mato Grosso é o principal responsável pelo aumento do
desmatamento na região.
"Entre 50% e 60% do conjunto de indícios fortes de
desmatamento estão concentrados no Mato Grosso."
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