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"Não tenho o que esconder", diz advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
Procurada, por telefone,
em sua casa, na sexta-feira, a
juíza Maria Cristina Barongeno não ligou de volta para o
jornal até o fechamento desta edição. Seu advogado, Alberto Zacharias Toron, também não atendeu pedido semelhante, em dois telefonemas a seu escritório.
O advogado Nevtom Rodrigues de Castro diz que "a
Friboi tem processos em todas as varas na Justiça Federal". "A gente compra títulos
de todo o mundo, negocia-se
muito no mercado paralelo."
Ele diz que a juíza Maria
Cristina Barongeno "não
atende [advogado] na sala
dela". "Os processos sempre
foram despachados no balcão ou na sala de assessores."
Ele diz que obteve decisões
favoráveis na 23ª Vara Cível
Federal, mas "a maioria dos
juízes é contra a concessão
de liminares".
Castro diz que Nair Coimbra Motta "comprava e vendia títulos. É uma senhora,
com 60 anos. Entramos com
a ação para ela, alguns clientes nossos quiseram comprar o crédito". Sobre a comerciária, diz que "é uma
moça, com certeza está ligada a uma pessoa que compra
e vende títulos". "Não tenho
o que esconder", diz Castro.
Por meio da assessoria de
imprensa, a Friboi afirmou
que "desconhece o teor do citado levantamento do MPF e
por isso qualquer comentário fica impossibilitado".
"A Friboi reafirma e ressalta que o advogado Joaquim Barongeno não atua direta ou indiretamente para a
empresa em causas da 23ª
Vara Federal Cível." Informou que "tecnicamente a
distribuição de processos em
qualquer tribunal é feita pelo
sistema automático de distribuição. A conexão citada,
que se chama prevenção,
também é feita pelo sistema
automático de distribuição".
A Friboi "esclarece ainda que
não possui nenhum tributo
cujo pagamento tenha sido
sustado por qualquer decisão
judicial".
A Folha conversou com
Nair Motta, por telefone, em
sua casa em Campo Grande
(MS). Ela afirmou não se
lembrar do processo nem
dos advogados que a representaram na ação.
O advogado Márcio Pollet
não estava em seu escritório.
Anteriormente, confirmou a
parceria com Joaquim Barongeno, mas disse que "a
única ação que tenho da Gocil, ela [a juíza Maria Cristina] me negou".
Sobre a ação das apólices,
disse que apenas acompanhou o processo: "Minha
área não é essa. Indiquei outro advogado, que fez os memoriais, e saímos do processo. Não é o meu metier".
A Folha não conseguiu localizar a comerciária Ivone
Andrade de Deus.
(FV)
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