São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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"Não tenho o que esconder", diz advogado

DA REPORTAGEM LOCAL

Procurada, por telefone, em sua casa, na sexta-feira, a juíza Maria Cristina Barongeno não ligou de volta para o jornal até o fechamento desta edição. Seu advogado, Alberto Zacharias Toron, também não atendeu pedido semelhante, em dois telefonemas a seu escritório.
O advogado Nevtom Rodrigues de Castro diz que "a Friboi tem processos em todas as varas na Justiça Federal". "A gente compra títulos de todo o mundo, negocia-se muito no mercado paralelo."
Ele diz que a juíza Maria Cristina Barongeno "não atende [advogado] na sala dela". "Os processos sempre foram despachados no balcão ou na sala de assessores." Ele diz que obteve decisões favoráveis na 23ª Vara Cível Federal, mas "a maioria dos juízes é contra a concessão de liminares".
Castro diz que Nair Coimbra Motta "comprava e vendia títulos. É uma senhora, com 60 anos. Entramos com a ação para ela, alguns clientes nossos quiseram comprar o crédito". Sobre a comerciária, diz que "é uma moça, com certeza está ligada a uma pessoa que compra e vende títulos". "Não tenho o que esconder", diz Castro.
Por meio da assessoria de imprensa, a Friboi afirmou que "desconhece o teor do citado levantamento do MPF e por isso qualquer comentário fica impossibilitado".
"A Friboi reafirma e ressalta que o advogado Joaquim Barongeno não atua direta ou indiretamente para a empresa em causas da 23ª Vara Federal Cível." Informou que "tecnicamente a distribuição de processos em qualquer tribunal é feita pelo sistema automático de distribuição. A conexão citada, que se chama prevenção, também é feita pelo sistema automático de distribuição". A Friboi "esclarece ainda que não possui nenhum tributo cujo pagamento tenha sido sustado por qualquer decisão judicial".
A Folha conversou com Nair Motta, por telefone, em sua casa em Campo Grande (MS). Ela afirmou não se lembrar do processo nem dos advogados que a representaram na ação.
O advogado Márcio Pollet não estava em seu escritório. Anteriormente, confirmou a parceria com Joaquim Barongeno, mas disse que "a única ação que tenho da Gocil, ela [a juíza Maria Cristina] me negou".
Sobre a ação das apólices, disse que apenas acompanhou o processo: "Minha área não é essa. Indiquei outro advogado, que fez os memoriais, e saímos do processo. Não é o meu metier".
A Folha não conseguiu localizar a comerciária Ivone Andrade de Deus. (FV)


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