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SUCESSÃO
Governo anuncia aumento para funcionalismo 10 dias após divulgação de empate técnico entre FHC e Lula no 2º turno
Reajuste a servidores custará R$ 500 mi
da Sucursal de Brasília
A decisão de
estender aos
servidores civis
o reajuste salarial concedido
em 93 aos militares foi política
e deverá gerar
um gasto adicional de R$ 500 milhões neste ano. O reajuste será pago a partir de julho.
Será paga aos servidores civis a diferença entre 28,86% concedidos aos militares e o reajuste dado individualmente a cada servidor. A medida provisória concedendo o aumento, que deve variar de 1% a 26% será editada na próxima sexta-feira.
Além da diferença, o governo terá de pagar aos servidores os atrasados entre o mês de concessão do
reajuste para os militares e a decisão do STF. A estimativa preliminar do governo é gastar mais R$ 8
bilhões. O pagamento deve ser feito em 36 meses a partir de janeiro
de 1999.
O pagamento dos atrasados deverá piorar a situação das contas
públicas a partir do próximo ano.
Se confirmado o pagamento em 36
meses, haverá um aumento de R$
2,66 bilhões nos gastos com pessoal por ano. Esse valor corresponde a 76,17% dos R$ 3,5 bilhões
gastos hoje em média com o pagamento mensal de pessoal.
As despesas com os atrasados serão superiores aos R$ 7,2 bilhões
que o governo deve arrecadar neste ano com a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
A incorporação da diferença dos
28,86% também elevará as despesas com pessoal em mais R$ 1 bilhão por ano.
Ou seja, o pagamento do reajuste e dos atrasados deverá aumentar os gastos com pessoal em R$
3,66 bilhões em 1999. Essas despesas seriam maiores se o STF não
tivesse autorizado o governo a
descontar os aumentos concedidos aos servidores civis em 1993.
Os cálculos preliminares do Ministério da Administração indicam que alguns servidores não receberão nenhum reajuste. Estão
nessa situação os que já conquistaram os 28,86% na Justiça ou receberam em 1993 um aumento superior ao concedido aos militares.
Há também casos de servidores
que tiveram reajuste em 1993, mas
conseguiram na Justiça os 28,86%.
O governo avalia que, nesses casos, a decisão do STF permite o
desconto e os servidores deverão
devolver o valor pago a mais.
A equipe econômica, que defende o corte de gastos públicos, não
previa um reajuste para todo o
funcionalismo em 98. Essa economia estava prevista no pacote de
medidas editado em novembro último para equilibrar as contas do
governo federal.
Indagado se o Orçamento já prevê o aumento dos servidores, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Martus Tavares, afirmou:" Não está prevendo".
Embora os gastos adicionais não
estejam previstos no Orçamento,
o Ministério da Administração
avalia que não será necessário elevar os R$ 44 bilhões destinados a
despesas com pessoal neste ano.
O reajuste foi acertado entre o
ministério e o presidente Fernando Henrique Cardoso. A concessão do reajuste está em estudo desde março, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) mandando o governo pagar a diferença para dez servidores públicos.
Na época, a Advocacia Geral da União recorreu pedindo explicações sobre a possibilidade de descontar os reajustes concedidos aos servidores públicos em 1993.
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