São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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INVESTIGAÇÃO

Ex-governador sugere viajar com promotores para Suíça e EUA

Fleury oferece acesso a banco suíço

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador paulista Luiz Antonio Fleury Filho (PTB) disse ontem que está disposto a dar uma autorização à Promotoria de Justiça da Cidadania para que os promotores tenham acesso às contas que suspeitam que ele possua no banco suíço UBS (Union Bank of Switzerland).
Na última quinta-feira, os promotores Andréa Chiaratti do Nascimento Rodrigues Pinto e Silvio Antonio Marques entraram com uma ação cautelar contra Fleury, seu irmão Frederico Pinto Ferreira Coelho Neto, conhecido como "Lilico", o empresário José Pascoal Constantini e outras cinco empresas.
Na ação, o Ministério Público diz que Fleury teria sido beneficiário de operações com ouro e dólares em Zurique (Suíça) e em Nova York (EUA). Fleury nega ter conta no exterior e diz que não participou de negociações.
O ex-governador disse que gostaria de viajar para os dois países acompanhado dos promotores. Nos bancos, ele autorizaria os gerentes a fornecer todas as informações que tivessem sobre eventuais contas em seu nome.
Os promotores informaram que aceitariam receber de Fleury uma autorização para ter acesso às supostas contas do ex-governador no UBS de Zurique e de Nova York. Mas afirmaram que o Ministério Público não tem condições financeiras de patrocinar a viagem deles a esses países.
"O Ministério Público demonstrou grande interesse em divulgar a ação que moveu contra mim. Se os promotores viajaram para a Suíça para investigar as supostas contas do ex-prefeito Paulo Maluf, por que não podem viajar para me investigar? Sinto-me altamente discriminado."
Fleury diz que está disposto a fazer a viagem para obter certidões de que não tem as supostas contas no exterior e, depois disso, entrar com ações de indenização contra os promotores que subscreveram a ação cautelar contra ele.
O ex-governador voltou a classificar como "uma grande montagem" a ação proposta contra ele e afirmou que o Ministério Público é movido por interesses políticos.
Ele disse que os contratos entre a Únicos Construtora e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo), juntados pelo Ministério Público à ação como prova de que Fleury poderia ter recebido dinheiro público no exterior, foram assinados em 1996 e 1997 -quando ele já não era mais governador.



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