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INVESTIGAÇÃO
Ex-governador sugere viajar com promotores para Suíça e EUA
Fleury oferece acesso a banco suíço
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador paulista Luiz
Antonio Fleury Filho (PTB) disse
ontem que está disposto a dar
uma autorização à Promotoria de
Justiça da Cidadania para que os
promotores tenham acesso às
contas que suspeitam que ele possua no banco suíço UBS (Union
Bank of Switzerland).
Na última quinta-feira, os promotores Andréa Chiaratti do
Nascimento Rodrigues Pinto e
Silvio Antonio Marques entraram
com uma ação cautelar contra
Fleury, seu irmão Frederico Pinto
Ferreira Coelho Neto, conhecido
como "Lilico", o empresário José
Pascoal Constantini e outras cinco empresas.
Na ação, o Ministério Público
diz que Fleury teria sido beneficiário de operações com ouro e
dólares em Zurique (Suíça) e em
Nova York (EUA). Fleury nega ter
conta no exterior e diz que não
participou de negociações.
O ex-governador disse que gostaria de viajar para os dois países
acompanhado dos promotores.
Nos bancos, ele autorizaria os gerentes a fornecer todas as informações que tivessem sobre eventuais contas em seu nome.
Os promotores informaram
que aceitariam receber de Fleury
uma autorização para ter acesso
às supostas contas do ex-governador no UBS de Zurique e de Nova
York. Mas afirmaram que o Ministério Público não tem condições financeiras de patrocinar a
viagem deles a esses países.
"O Ministério Público demonstrou grande interesse em divulgar
a ação que moveu contra mim. Se
os promotores viajaram para a
Suíça para investigar as supostas
contas do ex-prefeito Paulo Maluf, por que não podem viajar para me investigar? Sinto-me altamente discriminado."
Fleury diz que está disposto a fazer a viagem para obter certidões
de que não tem as supostas contas
no exterior e, depois disso, entrar
com ações de indenização contra
os promotores que subscreveram
a ação cautelar contra ele.
O ex-governador voltou a classificar como "uma grande montagem" a ação proposta contra ele e
afirmou que o Ministério Público
é movido por interesses políticos.
Ele disse que os contratos entre
a Únicos Construtora e a CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São
Paulo), juntados pelo Ministério
Público à ação como prova de que
Fleury poderia ter recebido dinheiro público no exterior, foram
assinados em 1996 e 1997 -quando ele já não era mais governador.
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