DO ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO

A defesa de Jorge Viana, governador do Acre, decidiu entrar com dois recursos contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral de cassar sua candidatura à reeleição. Hoje pela manhã, será interposto um recurso pedindo ao Tribunal Superior Eleitoral que reverta a sentença que considerou a logomarca "Governo da Floresta" propaganda indevida. A ação será protocolada em Rio Branco pelos advogados do PT e enviada pela Justiça ao TSE em Brasília.
Na segunda-feira, uma ação cautelar, pedindo o registro provisório da candidatura de Viana será apresentada diretamente ao TSE em Brasília. O governador poderá ser o portador da ação.
Os petistas afirmam que a marca impugnada é institucional da administração e não estava sendo usada na campanha eleitoral.
"A marca é colocada em obras como fazem dezenas de outras administrações pelo Brasil", disse o advogado da campanha do PT, Odilardo Marques.
Os advogados do partido estudam ainda apresentar uma terceira ação, dessa vez no Supremo Tribunal Federal, argumentando que houve quebra de princípios constitucionais, porque o governador teria tido seu direito de defesa cerceado. A assessoria jurídica de Luiz Inácio Lula da Silva foi contatada para dar auxílio.
Viana, que esteve ontem em Manaus com Lula, retornaria ao Acre à noite e seguiria para uma "vigília" em frente à Assembléia.
Os petistas do Acre já esperavam havia algum tempo uma decisão desfavorável. "Esse foi um crime premeditado", disse o senador Tião Viana, irmão do governador, que, junto da cúpula do PT, varou a madrugada aguardando a decisão, que saiu às 4h.
Há 20 dias, o governador almoçou com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Alvorada e falou da preocupação com o processo eleitoral no Acre. FHC teria se mostrado solidário.
Viana também disse que temia por sua segurança, em razão da atitude de enfrentamento com o crime organizado. A segurança pessoal do governador foi reforçada para a campanha.
Petistas têm afirmado que o pedido de impugnação de Viana tem o dedo do crime organizado. Segundo o PT, advogados do PMDB, principal partido de oposição, teriam trabalhado na defesa do ex-deputado Hildebrando Paschoal, preso por envolvimento com o crime organizado.
(FÁBIO ZANINI)



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