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Grampo vira fantasma para candidatos
DA REPORTAGEM LOCAL
O presságio foi a desistência de Roseana Sarney (PFL)
da disputa presidencial, ainda em abril. A partir daí, o
pânico de ser alvo de grampos telefônicos se alastrou
entre os candidatos.
Roseana renunciou após a
apreensão de R$ 1,34 milhão
em dinheiro em seu escritório, no Maranhão. A ação teria sido possível por meio de
grampos telefônicos. Essa
história é contada e recontada pelos partidos para justificar a preocupação, que às
vezes chega ao extremo.
Sob a condição de que as
identidades seriam preservadas, um marqueteiro disse
ter sido grampeado pelo
próprio candidato para o
qual trabalha.
Segundo ele, foi uma aposta. O marqueteiro contou ao
candidato ter gasto cerca de
R$ 7,5 mil em aparelhos de
bloqueio de grampo e de
misturador de vozes. O candidato disse não existir sistema imune ao grampo e entregou, uma semana depois,
uma fita com conversas do
marqueteiro -grampeou
sua agência e sua casa.
Alguns procedimentos viraram rotina para as assessorias: varredura antigrampo a cada 15 ou 20 dias, troca
de aparelhos de celular a cada semana e nunca, nunca
manter conversas importantes por telefone.
Ciro Gomes, por exemplo,
já usou o celular de sua namorada, Patrícia Pillar, para
conversar com coordenadores de campanha.
Outros preferem usar telefones "neutros". Procuram
uma padaria, uma locadora
de vídeo ou um vizinho
compreensivo que empreste
o aparelho.
Entre os assessores de Serra, as conversas importantes
são feitas pessoalmente e em
locais fechados, segundo
eles, para evitar a leitura labial. Muitas vezes, afirmam,
as cortinas são fechadas para
garantir o sigilo.
(LC E JD)
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