São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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Grampo vira fantasma para candidatos

DA REPORTAGEM LOCAL

O presságio foi a desistência de Roseana Sarney (PFL) da disputa presidencial, ainda em abril. A partir daí, o pânico de ser alvo de grampos telefônicos se alastrou entre os candidatos.
Roseana renunciou após a apreensão de R$ 1,34 milhão em dinheiro em seu escritório, no Maranhão. A ação teria sido possível por meio de grampos telefônicos. Essa história é contada e recontada pelos partidos para justificar a preocupação, que às vezes chega ao extremo.
Sob a condição de que as identidades seriam preservadas, um marqueteiro disse ter sido grampeado pelo próprio candidato para o qual trabalha.
Segundo ele, foi uma aposta. O marqueteiro contou ao candidato ter gasto cerca de R$ 7,5 mil em aparelhos de bloqueio de grampo e de misturador de vozes. O candidato disse não existir sistema imune ao grampo e entregou, uma semana depois, uma fita com conversas do marqueteiro -grampeou sua agência e sua casa.
Alguns procedimentos viraram rotina para as assessorias: varredura antigrampo a cada 15 ou 20 dias, troca de aparelhos de celular a cada semana e nunca, nunca manter conversas importantes por telefone.
Ciro Gomes, por exemplo, já usou o celular de sua namorada, Patrícia Pillar, para conversar com coordenadores de campanha.
Outros preferem usar telefones "neutros". Procuram uma padaria, uma locadora de vídeo ou um vizinho compreensivo que empreste o aparelho.
Entre os assessores de Serra, as conversas importantes são feitas pessoalmente e em locais fechados, segundo eles, para evitar a leitura labial. Muitas vezes, afirmam, as cortinas são fechadas para garantir o sigilo. (LC E JD)



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