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Vice no PT, Marta faz críticas indiretas a Tarso e defende política econômica
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa eterna batalha com o líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a ex-prefeita de São Paulo e vice-presidente do PT, Marta Suplicy (SP),
divulgou ontem um artigo em
que ataca os críticos da política
econômica. Embora não cite nomes, seu alvo é claro: o presidente
do PT, Tarso Genro (RS).
Sob o título "Defender o governo Lula, sua política econômica e
social", o artigo lista os números
positivos da economia e condena
a atual direção do PT. "Tenho
constatado que persistem no Partido dos Trabalhadores, nesta nova conjuntura, as mesmas orientações políticas que prevaleciam
anteriormente e que levaram setores e dirigentes do PT a manifestar, por diversas vezes, sua
oposição e distanciamento do governo e do presidente Lula, justamente na questão central das medidas econômicas e sociais que,
com coragem e para bem do nosso país, o nosso presidente implementou desde sua posse", afirma.
Para concluir: "A função do PT
não é de questionar continuamente esta política e sim de explicar como ela se insere no processo
de mudanças que defendemos
para o Brasil e que já obteve importantes conquistas, que constituem o alicerce do apoio popular
ao nosso governo e por conseqüência ao PT".
Além da disputa interna com
Mercadante - padrinho da candidatura de Tarso - a manifestação de Marta expressa uma insatisfação do Campo Majoritário,
corrente que controla o partido,
com seu presidente.
Na tendência, a aposta é que
Tarso desista hoje de concorrer à
presidência do PT, sendo substituído pelo secretário-geral do
partido, Ricardo Berzoini. Só então o deputado José Dirceu (PT-SP) deixaria a chapa.
Coordenador da corrente e responsável pela chapa, Francisco
Rocha, o Rochinha, disse que
"não tem disposição de pedir para
que Dirceu deixe a chapa".
"Ele [Tarso] que faça esse movimento de convencimento dessas
pessoas", reagiu Rochinha, acrescentando: "Uma coisa é certa: a
chapa terá presidente. O Tarso
tem que avaliar o que é pior ou
melhor para ele".
Entre os aliados de Marta, a
queixa é a de que não foram consultados sobre a exigência de afastamento de integrantes da chapa
do Campo Majoritário.
Segundo petistas, as restrições a
Tarso contaminaram também o
Palácio do Planalto. Além das reiteradas críticas à política econômica, integrantes do governo estariam incomodados com outras
opiniões externadas por Tarso,
que chegou a sugerir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
atue como um estadista, deixando de se candidatar à reeleição.
Outra proposta polêmica foi a de
que Lula convocasse o Conselho
da República.
No PT, o termo "refundação"
também provoca reação mesmo
entre os adeptos de sua candidatura, como o presidente estadual
do PT, Paulo Frateschi (SP).
"Atingiram nosso telhado, arrombaram nosso portão. Mas o
alicerce é bom", argumenta.
Anteontem, Mercadante se reuniu com deputados e prefeitos petistas para pedir a saída de Dirceu
da chapa do Campo Majoritário.
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