São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

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Alckmin articula parceria com Aécio

CONRADO CORSALETTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A investida do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para ganhar espaço na disputa interna dos tucanos pela candidatura à Presidência teve novo desdobramento ontem, em evento público no qual trocou afagos com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), outro presidenciável do partido.
Juntos, os dois articulam uma estratégia para obter o comando da legenda nas eleições internas do PSDB marcadas para novembro. O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), tucano que aparece hoje nas pesquisas com melhores condições de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano que vem, é presidente nacional licenciado do partido.
Alckmin e Aécio se encontraram pela manhã em evento da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), em São Paulo. Nos discursos, a palavra mais usada foi "parceria", mas sem referências diretas à sucessão presidencial. Ambos afirmam que a escolha do candidato do partido só será discutida a partir do ano que vem.
"Certamente estaremos juntos nas eleições do ano que vem, até pela própria identidade que temos de propósitos, de princípios e de ação", disse Aécio. "Alckmin é um dos melhores membros do partido, um dos mais preparados e em melhores condições de enfrentar esse desafio [de concorrer à Presidência]. Mas essa decisão será num momento adequado."
Alckmin chegou a citar Serra entre os presidenciáveis tucanos, ao dizer que o partido tem bons quadros para disputar o Palácio do Planalto -o governador paulista estará hoje com o prefeito em um evento na zona sul. "O Serra é um grande nome, é muito bom para o PSDB ter bons nomes, [há] o Aécio, mas só no ano que vem."
O governador paulista disse a Aécio que a admissão de que pretende disputar as eleições, feita por ele em evento com empresários na semana passada, "não foi intencional", mas acabou sendo importante para que pudesse "fixar terreno" na disputa. Ele começou a articular sua candidatura para evitar que Serra se transforme no candidato natural dos tucanos em 2006, por estar mais bem colocado nas pesquisas.


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