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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Pressionado, marqueteiro do PSDB resiste a atacar Lula
Com aval de Alckmin, Luiz Gonzalez vai manter linha do programa até o fim deste mês
Comando da campanha
espera que o tucano
melhore seu desempenho
nas pesquisas até setembro;
estratégia é alvo de crítica
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob pressão, mas com aval do
candidato, o coordenador de
comunicação da campanha de
Geraldo Alckmin, jornalista
Luiz Gonzalez, avisou ontem
que vai manter a linha do programa até o dia 30 deste mês.
Esse é prazo fixado para que o
candidato esboce reação nas
pesquisas de opinião.
Mas, num momento de estagnação, registrado pelo último Datafolha, a manutenção
da estratégia -de crítica crescente, à medida em que Alckmin ganha visibilidade- é alvo
de controvérsia na campanha.
Sem citar nomes, os presidentes do PFL, senador Jorge
Bornhausen (SC), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE), reclamaram dos aliados que se
queixam do programa, exigindo mais agressividade contra
Lula. Dois pefelistas -o senador Antonio Carlos Magalhães
(BA) e o prefeito do Rio, Cesar
Maia- têm manifestado publicamente sua crítica. "Em vez de
criticar, cada um deveria fazer
sua parte", disse Bornhausen,
que, após encontrar Gonzalez
no domingo, dá seu "voto de
confiança" ao jornalista.
Para João Carlos Meirelles,
da coordenação de campanha,
"até o fim do mês, o desafio é fazer Alckmin reconhecido. Não
digo nem conhecido. Conhecido só em setembro".
Consultado por Alckmin
num jantar na noite de terça,
Cesar Maia defendeu, no entanto, que os defeitos de Lula
sejam explorados. Alckmin disse que as críticas ganhariam intensidade gradativamente. Mas
perguntou se o prefeito achava
que ele mesmo deveria bater
em Lula. Maia disse que não.
Hoje, Alckmin falará sobre o
combate à corrupção no Instituto Ethos, em São Paulo.
A idéia de um programa mais
agressivo ganha força entre os
próprios alckmistas, como o
presidente do PSDB de São
Paulo, Sidney Beraldo, e o deputado Júlio Semeghini. Para
Semeghini, "é preciso expor as
contradições, inclusive éticas,
de Lula". Beraldo endossa: "É
preciso mostrar que Lula se
aproveitou dos escândalos. Se é
o candidato, não sei".
Além disso, Gonzalez tem
ouvido queixas quanto à imagem paulistizada de Alckmin:
gravata, manga arregaçada,
diante de um computador.
A despeito da pressão para
"deconstrução" da imagem de
Lula, no máximo, Alckmin deverá "acelerar" o ritmo dos programas, o que permitiria levar
ao ar até o final do mês ataques
a Lula programados para acontecer só em setembro.
Ontem, Alckmin se reuniu
com Gonzalez para a gravação
de novos programas e, segundo
apurou a Folha, a linha "progressiva" da campanha foi
mantida. Como resposta imediata aos que defendem os ataques, os programas dos candidatos a deputado pela aliança
PSDB-PFL será mais contundente nas críticas a Lula.
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